Gleisi defende no Senado o decreto que cria os conselhos populares, epílogo do golpe petista
Não bastasse o pífio papel que protagonizou na tentativa fracassada de conquistar o direito de ocupar o Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, a partir de 2015, e de reduzir o PT a uma legenda nanica no estado sulista por conta do vergonhoso contingente de votos que arrancou das urnas, a senadora Gleisi Hoffmann retomou nesta terça-feira (4) a sua porção de “buldogue palaciano”.Depois de se esconder de Dilma durante o primeiro turno da campanha e, na sequência, ser preterida pela então presidente-candidata, Gleisi voltou a ocupar a tribuna do Senado para defender com unhas e dentes o governo da “companheira” de legenda, a quem serviu como chefe da Casa Civil.
Na tarde desta terça-feira (4), a senadora paranaense fez uso da palavra para tentar reverter a tendência que se instalou na Casa em relação ao decreto presidencial que cria os conselhos populares.
A ordem entre os senadores, inclusive os da chamada base aliada, é derrubar o decreto presidencial, repetindo decisão tomada na última semana pela Câmara dos Deputados, que em plenário aprovou decreto legislativo que invalida a manobra palaciana de antecipar o golpe.
“Tentaram dar a essa votação, na Câmara, uma conotação política de derrota à Presidenta, como se, revogando o decreto dela, houvesse um derrota política, houvesse um problema de base de governo. Mal sabem, quem está fazendo essa avaliação, que a derrota não é a Presidenta; a derrota é aquilo que a Constituinte de 1988 e a Constituição traz estampada em suas letras, que é o fortalecimento da participação popular e da democracia.
Então, isso não é uma derrota ao Governo; isso é uma derrota à sociedade brasileira, ao que nós construímos até agora de participação popular e de reconhecimento dessas instituições. Aliás, o que a Presidenta faz é tão somente, como eu já disse, regulamentar isso no âmbito do Poder Executivo.
Não tem nenhuma implicação no Poder Legislativo e nenhuma implicação em outro ente federado”, vociferou a senadora paranaense.
Esse trecho do seu discurso mostra sua total incapacidade para ocupar cargo de tanta relevância como o de membro do Senado Federal, Casa legislativa que exige de cada integrante conhecimento profundo e preparo para discutir temas tão complexos quanto a extensão territorial do País. O PT busca, na verdade, avançar com seu projeto totalitarista de poder (leia-se golpe), por isso recorre a figuras menores como Gleisi Hoffmann, que se prestam ao ínfimo papel de usar o mandato parlamentar para dar recados.
Em seu longo e cansativo discurso, Gleisi Hoffmann listou todos os Conselhos nacionais criados a partir de leis específicas, como forma de convencer a opinião pública que o decreto presidencial está recheado de boas intenções. “Nós temos diversos conselhos e entidades que se formaram, instituições que se formaram, a partir de leis aprovadas por este Congresso.
São leis antigas, que datam de 1964, de 1970, de 1990, e que instituíram conselhos para que o Poder Executivo, e mesmo o Poder Legislativo, pudessem consultar, pudessem discutir, pudessem ter com esses conselhos uma ação, um espaço para realmente ir buscar apoio, ir buscar orientação”, disse a integrante da tropa de choque do governo petista.
Entre os órgãos mencionados por Gleisi estão o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. A senadora deveria se envergonhar ao defender o governo no caso do decreto presidencial, pois continua devendo explicações ao povo brasileiro sobre a indicação do pedófilo Eduardo Gaievski para o cargo de assessor especial na Casa Civil.
Preso sob a acusação de 28 estupros contra meninas adolescentes, sendo quatorze contra vulneráveis (menores de 14 anos), Gaievski, pessoa próxima à senadora e à respectiva família, já era investigado pelo Ministério Público do Paraná por seus crimes hediondos quando foi nomeado para a Casa Civil. A delinquência sexual do assessor chegou a tal ponto, que até mesmo uma criança de cinco anos de idade não escapou do seu comportamento criminoso.
Gleisi Hoffmann evita falar do assunto que teve largo espaço jornalístico no ucho.info ao longo dos últimos quinze meses, mas é preciso que a população saiba quem são os políticos que defendem a criação dos tais conselhos populares.
Não será com esse discurso rasteiro e visguento de Gleisi que o decreto presidencial escapará do veto dos senadores.
“Como pode, agora, o mesmo Congresso que criou esses conselhos, que validou essa participação popular, que está em acordo com a Constituição Federal, dizer que um decreto da Presidenta que regulamenta administrativamente um procedimento no âmbito Executivo federal pode ser uma afronta ao Congresso Nacional? Eu gostaria de saber como que chegamos a essa avaliação se não por uma discussão de viés ideológico, político, que não quer reconhecer a participação popular”, afirmou a senadora, como se o PT não discutisse temas de interesse da legenda apenas a partir da ideologia esquerdista que varre a América Latina.
Sem estar convencida da tarefa que lhe foi dada, Gleisi ousou comparar a manobra do governo do PT com a prática política de alguns países europeus, como Escócia, Itália e Suíça. “Para terminar aqui a minha colocação, dizer que criar conselhos, como o Parlamento já criou, e consultar a população, seja por meio de referendos ou mesmo de plebiscitos, é ampliar a democracia, é investir na esperança de um mundo com mais harmonia e mais consensos”, disse a senadora.
“Nenhum país do mundo deixou de ser democrático por consultar a população. A Escócia acabou de decidir seu futuro ouvindo a população. A Itália fez um referendo sobre a privatização do sistema de água pública, e 27 milhões de italianos disseram “não”. A Suíça, como bem lembrou aqui o nosso senador Randolfe [Rodrigues], faz referendo há 200 anos – aliás, a cada semana eles têm um. A população é menor, o país é menor, mas temos de olhar os referendos como formas de ouvir a população, sem teorias conspiratórias” completou a petista em mais um discurso inócuo e cheio de rapapés.
Digna representante da chamada “esquerda caviar”, Gleisi Hoffmann conhece a Europa apenas e tão somente no âmbito do consumo, algo que somente o condenável (sic) capitalismo proporciona. Querer comparar o viés golpista da ação do governo federal e do PT com a seriedade com que são realizadas as consultas populares na Escócia e na Suíça é o mesmo que confundir harpa com cuíca.
05 de novembro de 2014
ucho.info
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