BRASÍLIA - Depois de quatro dias de descanso, a reeleita Dilma Rousseff volta à vida real a partir de hoje. Sua equipe torce para que ela retorne ao batente num clima tipo "Sorria, você estava na Bahia", mais alto astral e bem menos estressada.
Amigos mais próximos da presidente estavam preocupados com o nível de estresse da petista depois da eleição. Para quem acabava de ganhar mais quatro anos de mandato, deveria estar só alegria --só que estava tão irritada como sempre.
Motivos ela tem de sobra. A Dilma da campanha é a Dilma original. A que detesta juros em alta, acha rudimentar esta coisa de cortar gastos para acalmar o mercado, não gosta de banqueiros e adoraria governar sem depender do Congresso.
A Dilma reeleita já foi voltando ao mundo real com juros em alta, rombo nas contas públicas a exigir um ajuste fiscal, derrota no Congresso e clima de tocaia em sua base aliada sedenta por espaço no governo.
Em seu primeiro mandato, a petista já travou esta luta interna entre a Dilma dos seus sonhos e a Dilma acossada pela realidade. Batalha que lhe garantiu a reeleição apertada, mas fragilizou a economia na entrada de seu segundo mandato.
O desemprego baixo, a renda do trabalho em alta e a expansão de programas sociais foram vitais para a vitória nas urnas, mas tudo isso foi obtido e mantido até aqui à custa de inflação alta, buraco nas contas públicas e crescimento fraco.
A Dilma original adoraria manter a equação que a reelegeu, mas seu lado pragmático sugere adotar um receituário que não é muito a sua cara para reverter o cenário adverso. Isto caso não queira pôr a perder tudo aquilo que ajudou a reelegê-la.
Qual Dilma irá prevalecer a partir de agora e em que grau saberemos em breve. Depois da semana de descanso, a presidente precisa agir rápido, mesmo que seja por meio de medidas graduais, para não começar seu segundo governo com cara de envelhecido antes da hora.
Amigos mais próximos da presidente estavam preocupados com o nível de estresse da petista depois da eleição. Para quem acabava de ganhar mais quatro anos de mandato, deveria estar só alegria --só que estava tão irritada como sempre.
Motivos ela tem de sobra. A Dilma da campanha é a Dilma original. A que detesta juros em alta, acha rudimentar esta coisa de cortar gastos para acalmar o mercado, não gosta de banqueiros e adoraria governar sem depender do Congresso.
A Dilma reeleita já foi voltando ao mundo real com juros em alta, rombo nas contas públicas a exigir um ajuste fiscal, derrota no Congresso e clima de tocaia em sua base aliada sedenta por espaço no governo.
Em seu primeiro mandato, a petista já travou esta luta interna entre a Dilma dos seus sonhos e a Dilma acossada pela realidade. Batalha que lhe garantiu a reeleição apertada, mas fragilizou a economia na entrada de seu segundo mandato.
O desemprego baixo, a renda do trabalho em alta e a expansão de programas sociais foram vitais para a vitória nas urnas, mas tudo isso foi obtido e mantido até aqui à custa de inflação alta, buraco nas contas públicas e crescimento fraco.
A Dilma original adoraria manter a equação que a reelegeu, mas seu lado pragmático sugere adotar um receituário que não é muito a sua cara para reverter o cenário adverso. Isto caso não queira pôr a perder tudo aquilo que ajudou a reelegê-la.
Qual Dilma irá prevalecer a partir de agora e em que grau saberemos em breve. Depois da semana de descanso, a presidente precisa agir rápido, mesmo que seja por meio de medidas graduais, para não começar seu segundo governo com cara de envelhecido antes da hora.
04 de novembro de 2014
Valdo Cruz, Folha de SP
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