Encerrado o processo eleitoral, aliás marcado por condutas incompatíveis com o convívio humano e muito menos com a disputa democrática, viu-se que a candidata à reeleição, que dissera que na eleição "faria o diabo", cumpriu sua promessa, e que seu partido fez coisas de encabular o demônio.
Limito-me a salientar uma questão que encerra outras, assim significativas como preocupantes. A principal revista de circulação nacional publicou, na edição que circulou às vésperas da eleição, matéria de capa em que um réu, em processo de delação premiada, disse que o ex-presidente e a atual tinham conhecimento das entranhas do malfadado "petrolão".
Em reação, a candidata e seu principal cabo eleitoral falaram em golpe, o que ninguém levou a sério; articularam inédita censura à Justiça Eleitoral; sem falar em depredações e ataques ao prédio da editora, há tanto tempo não vistos entre nós que poderíamos denominar de vetustos empastelamentos.
Por mais crédulo que alguém seja, poderia conceber que o presidente Luís Inácio ignorasse a existência do mensalão e de suas funções, assim como do esquema de financiamento partidário que veio a sucedê-lo? Seria plausível julgar que o presidente da Petrobras e os ministros de Estado com ela envolvidos ignorassem as linhas de produção e os valores de negócios da maior empresa nacional?
Essa obviedade, que o jornalista Nelson Rodrigues chamaria de ululante, foi a bombástica revelação da revista e provocou reação não vista no país em mais de meio século. Os grupos de arruaceiros, alguns subsidiados com verbas oficiais, que já proliferam na Venezuela e têm inspiração nas SA do nazismo, são ameaça concreta e perigosa à democracia.
O fato faz lembrar a reação do tirano que, sabendo que estava a caminho mensagem com notícia que lhe era adversa, determinou a seus sequazes que eliminassem o mensageiro.
Contudo, por maiores que tenham sido os deslizes e as máculas do prélio eleitoral, não hesito em reconhecer e proclamar que também foram úteis e promissores os efeitos positivos dessa experiência. De mais a mais, é votando que se aprende a votar.
Limito-me a salientar uma questão que encerra outras, assim significativas como preocupantes. A principal revista de circulação nacional publicou, na edição que circulou às vésperas da eleição, matéria de capa em que um réu, em processo de delação premiada, disse que o ex-presidente e a atual tinham conhecimento das entranhas do malfadado "petrolão".
Em reação, a candidata e seu principal cabo eleitoral falaram em golpe, o que ninguém levou a sério; articularam inédita censura à Justiça Eleitoral; sem falar em depredações e ataques ao prédio da editora, há tanto tempo não vistos entre nós que poderíamos denominar de vetustos empastelamentos.
Por mais crédulo que alguém seja, poderia conceber que o presidente Luís Inácio ignorasse a existência do mensalão e de suas funções, assim como do esquema de financiamento partidário que veio a sucedê-lo? Seria plausível julgar que o presidente da Petrobras e os ministros de Estado com ela envolvidos ignorassem as linhas de produção e os valores de negócios da maior empresa nacional?
Essa obviedade, que o jornalista Nelson Rodrigues chamaria de ululante, foi a bombástica revelação da revista e provocou reação não vista no país em mais de meio século. Os grupos de arruaceiros, alguns subsidiados com verbas oficiais, que já proliferam na Venezuela e têm inspiração nas SA do nazismo, são ameaça concreta e perigosa à democracia.
O fato faz lembrar a reação do tirano que, sabendo que estava a caminho mensagem com notícia que lhe era adversa, determinou a seus sequazes que eliminassem o mensageiro.
Contudo, por maiores que tenham sido os deslizes e as máculas do prélio eleitoral, não hesito em reconhecer e proclamar que também foram úteis e promissores os efeitos positivos dessa experiência. De mais a mais, é votando que se aprende a votar.
04 de novembro de 2014
Paulo Brossard, Zero Hora
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