"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

PROCURADORIA REABRE CASO RIOCENTRO, MAS 9 ACUSADOS JÁ MORRERAM

 

A mais completa investigação sobre o atentado que mudou a História recente do país pode levar cinco militares, três deles generais, e um delegado ao banco dos réus.
Após quase dois anos de trabalho, os procuradores da República do grupo Justiça de Transição, que apura os crimes políticos do regime militar, denunciaram seis envolvidos na explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, na noite de 30 de abril de 1981, quando um show em homenagem ao Dia do Trabalho reuniu no local cerca de 20 mil pessoas, a maioria jovens.

O atentado não apenas provocou a morte instantânea do sargento Guilherme Pereira do Rosário, do Destacamento de Operações de Informações do 1º Exército (DOI-1), que carregava a bomba, como abortou a tentativa que os bolsões radicais faziam para deter o processo de abertura política durante o governo do presidente João Figueiredo (1979-1985).

Para denunciar o então capitão Wilson Luiz Chaves Machado, parceiro do sargento na ação e dono do carro onde a bomba explodiu, e outros cinco acusados de envolvimento no atentado, os procuradores produziram 38 volumes de documentos e 36 horas de gravações de depoimentos em áudio e vídeo.
QUATRO NOVOS SUSPEITOS

Dos seis nomes, quatro nunca haviam aparecido como suspeitos. Um deles é o general reformado Edson Sá Rocha, chefe da Seção de Operações do DOI em 1981. Ele é acusado de ter defendido, um ano antes, um plano de explosão de bombas em outra edição do show do Riocentro.

A denúncia também responsabiliza os generais reformados Newton Cruz — na época, chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) e indiciado no inquérito que reabriu o caso em 1999 — e Nilton Cerqueira (então comandante da Polícia Militar fluminense), o major reformado Divany Barros (agente do DOI-I) e o ex-delegado capixaba Cláudio Guerra. Além dos denunciados, o grupo identificou mais nove autores, todos já falecidos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGÉ meritória a atuação da Procuradoria. Tantos anos depois, traz fatos novos, como quatro coautores do inacreditável crime, que não é atingido pela Lei da Anistia, que é de 1979, enquanto o atentado do Riocentro ocorreu em 1981. Seria maravilhoso ver o desonroso Capitão Wilson Machado na cadeia, junto com os mandantes. (C.N.)

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