Ao perguntar para o homem se ele quer dirigir seu carro, a mulher se mostra apaixonada. Perdidamente interessada.
É um pedido implícito de namoro.
Ninguém está bêbado, estão se conhecendo, sóbrios das palavras e sussurros, e ela concretiza esta prova de amor.
Entrega a chave sorrindo, como se fosse um prêmio de loteria federal.
Não é uma artimanha da sedução, um teste para ver se ele dirige bem ou não, para classificar ou desclassificar o sujeito.
O pretendente talvez seja um péssimo motorista, um barbeiro, com mais de 20 pontos na carteira, nada mudará a natureza da declaração.
Ela não se preocupa com o que vai acontecer, porque dentro dela já aconteceu. Não há acidente que interrompa a escolha de seu coração.
Quando uma mulher oferece seu carro — e só a mulher —, é que ela se entregou para a história.
É quando duplica sua alma. É quando se confessa vulnerável. É quando se anuncia disposta a construir uma vida a dois.
É mais do que um “eu te amo”, é um “não tenho mais reservas com você, não tenho mais segredos, não tenho mais medo”.
Ela vem a dizer que aquilo que é dela é também dele. Ela vem a dizer que ele pode guiá-la, que pode cuidá-la, que pode levá-la para o mau caminho, tanto faz o fim, pois chegaram ao destino no momento em que se encontraram.
A chave do carro é mais importante do que a cópia da chave do apartamento.
Porque o carro não é o mundo para a mulher, como é para o homem. Não é aventura para a mulher, como é para o homem. Não é ostentação para a mulher, como é para o homem. Não é um investimento e senha bancária para a mulher, como é para homem.
Na perspectiva feminina, o carro é extensão de sua personalidade, conquista afetiva, intimidade. É seu quarto, seu guarda-roupa, seu salão de beleza móvel.
Ela não tomará a atitude intempestivamente. Foi um gesto pensado, ponderado, maduro.
Alcançará o posto como um convite psicológico para que ele assuma o ponto de vista dela.
É o equivalente a “ponha-se no meu lugar” e “olhe por mim e através de mim”.
Não tem machismo envolvido, não é fraqueza educada. Trata-se de um sinal de confiança.
É um ato de muita coragem, um mergulho consciente nas inconsequências da paixão.
Talvez conte com seguro do veículo, mas dificilmente terá seguro para cobrir o relacionamento. E ela não se importa.
É um pedido implícito de namoro.
Ninguém está bêbado, estão se conhecendo, sóbrios das palavras e sussurros, e ela concretiza esta prova de amor.
Entrega a chave sorrindo, como se fosse um prêmio de loteria federal.
Não é uma artimanha da sedução, um teste para ver se ele dirige bem ou não, para classificar ou desclassificar o sujeito.
O pretendente talvez seja um péssimo motorista, um barbeiro, com mais de 20 pontos na carteira, nada mudará a natureza da declaração.
Ela não se preocupa com o que vai acontecer, porque dentro dela já aconteceu. Não há acidente que interrompa a escolha de seu coração.
Quando uma mulher oferece seu carro — e só a mulher —, é que ela se entregou para a história.
É quando duplica sua alma. É quando se confessa vulnerável. É quando se anuncia disposta a construir uma vida a dois.
É mais do que um “eu te amo”, é um “não tenho mais reservas com você, não tenho mais segredos, não tenho mais medo”.
Ela vem a dizer que aquilo que é dela é também dele. Ela vem a dizer que ele pode guiá-la, que pode cuidá-la, que pode levá-la para o mau caminho, tanto faz o fim, pois chegaram ao destino no momento em que se encontraram.
A chave do carro é mais importante do que a cópia da chave do apartamento.
Porque o carro não é o mundo para a mulher, como é para o homem. Não é aventura para a mulher, como é para o homem. Não é ostentação para a mulher, como é para o homem. Não é um investimento e senha bancária para a mulher, como é para homem.
Na perspectiva feminina, o carro é extensão de sua personalidade, conquista afetiva, intimidade. É seu quarto, seu guarda-roupa, seu salão de beleza móvel.
Ela não tomará a atitude intempestivamente. Foi um gesto pensado, ponderado, maduro.
Alcançará o posto como um convite psicológico para que ele assuma o ponto de vista dela.
É o equivalente a “ponha-se no meu lugar” e “olhe por mim e através de mim”.
Não tem machismo envolvido, não é fraqueza educada. Trata-se de um sinal de confiança.
É um ato de muita coragem, um mergulho consciente nas inconsequências da paixão.
Talvez conte com seguro do veículo, mas dificilmente terá seguro para cobrir o relacionamento. E ela não se importa.
16 de fevereiro de 2014
Fabrício Carpinejar, Zero Hora
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