"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A GRITARIA CONTRA RACHEL SHEHERAZADE.

Ou: Dando com a língua nos dentes      
A mentalidade esquerdista e o gosto pelo crime sempre andaram lado a lado. Cito alguns dos mais recentes exemplos brasileiros de memória e remeto os leitores aos mais antigos aqui e aqui.
Vamos aos exemplos mais recentes.
Ano passado, a Presidente Dilma recebeu representantes da Marcha das Vadias, aqueles mesmos responsáveis pelos crimes de atentado violento ao pudor e crime de ultraje a culto durante a visita do Papa Francisco.
O PT sempre foi um aliado incondicional das FARC (aqui), e portanto, cúmplice dos crimes deste grupo terrorista aqui no Brasil.
Nosso governo federal mantém relações promíscuas com a ditadura cubana, responsável pela morte de mais de 100 mil cubanos e por financiar guerrilhas no nosso país nos 1960 e 70.
Recentemente, o governo ficou quietinho e se associou implicitamente ao crime de racismo contra Joaquim Barbosa na página “Blog da Dilma”.
O Ministério da Saúde fez um panfleto “educativo” para “orientar” o consumo de cocaína para as últimas paradas "gays".
O governo petista (e ativistas de esquerda) promove ainda a campanha do desarmamento da população civil e lutou pela aprovação da "Lei das Palmadas", incentivos claros a criminalidade.
A esquerda, em geral, dá voz a criminosos condenados. As reações histéricas contra a diminuição da maioridade penal não cessam de partir de intelectuais de esquerda e seus veículos de mídia (aqui), Seus militantes promovem incentivo à pedofilia no Kit Gay, querendo corromper, desde cedo, a juventude.
Um deputado gayzista pode imputar crimes gravíssimos ao Papa e, por extensão, a toda comunidade de cristãos, sem que com isso, alguma autoridade competente veja incitação de ódio.
Caetano Veloso e Marcelo D2, “expoentes” do “pensamento” esquerdista apóiam os Black Blocs, assim como os artistas globais, um deputado do PSOL (e seu assessor) e o Sindicato dos professores do Rio de Janeiro. Recentemente, a ação da milícia esquerdista resultou na morte de um cinegrafista.
Um líder gayzista pode fazer apologia da pedofilia e um professor da Unicamp pode defender regimes genocidas dentro da universidade e ninguém se escandaliza.
A lista é tão extensa, que chega a cansar.
Arrogar-se o direito de incitar, louvar, promover e praticar crimes em prol da “justiça social” e contra a “opressão” é uma profissão de fé de todo o esquerdista que se preze. Assim como exagerar o senso das proporções até a demência. Vale tudo na busca de “um mundo melhor”.
Para esquerdistas, estamos diante da barbárie não por conta dos nossos mais de 60 mil homicídios anuais, mas sim porque há pequenos grupos de justiceiros batendo em pivetes na Zona Sul da Cidade Maravilhosa
A esquerda, que sempre adorou proteger e afagar criminosos, agora orquestra uma campanha contra Rachel Sheherazade, por conta de seus comentários sobre o episódio ocorrido no Rio de Janeiro há alguns dias.
Ao considerar que “num país que sofre de violência endêmica, a atitude dos vingadores é até compreensível’”, Sheherazade foi tomada como um bode expiatório e alvo preferencial. Isso não é novo e já ocorria há algum tempo (e aqui).
Mas a reação à jornalista do SBT agora aproveitou-se de um comentário supostamente ambíguo e de nada adiantou Sheherazade esclarecer sua fala, pouco tempo depois.

Como resumiu Reinaldo Azevedo:
“Estranha essa gente: defende o direito de defesa para os bandidos mais asquerosos — e nem poderia ser diferente —, mas pede a execução sumária de alguém por ter emitido uma opinião infeliz.”
Ou até pede seu estupro, como fez o esquerdista “filósofo de São Paulo”, recentemente (a história está contada em detalhes aqui).
O sucesso que alguns comentaristas mais conservadores vêm fazendo na imprensa incomoda e muito. Imagino que após o sucesso estrondoso do livro "O Mínimo que você precisa saber para não ser um idiota" e a conseqüente anulação do “mandamento comunista” de Milton Temer “Olavo de Carvalho não é para ser comentado” – visto que o filósofo voltou a ser comentado na grande mídia - também deva encher de raiva toda a esquerda.
Por isso, tem-se a necessidade do exagero – “a direita está poderosíssima” - para adestrar a militância, reforçar os cacoetes mentais e prepará-la para novos upgrades revolucionários.
Quanto mais os militantes, os intelectuais orgânicos e os idiotas úteis se convencerem de que devem excluir os rotweillers” da imprensa, para preservar um "debate democratico", melhor.
Porém, a mentalidade esquerdista funciona dialeticamente. Faltava mais algum elemento para fechar o quadro. A histeria contra o sucesso de alguns conservadores na imprensa não poderia ser o único objetivo.
Até que veio a “reportagem” da Carta Capital (ou carta CaPTal).
Dando com a língua nos dentes, a revista chapa-branca nos esclareceu o real motivo de toda essa histeria: é uma “nova” tática em prol da velha “utopia” (ou seria distopia?) de controle dos meios de comunicação, o sonho de consumo do PT e da esquerda em geral.
Ora, se “la loca de Buenos Aires” "Cretina" Kirchner conseguiu, por que o governo Dilma não conseguiria aqui também, não é?

Na “reportagem” chamada “Esqueça Sheherazade. A culpa é de Silvio e do governo”, lemos pelo menos três coisas interessantíssimas:

 
1) “Por mais antipatia de uma parcela da população que uma revistaVeja ou um jornalO Estado de S. Paulopossam despertar, faz parte do jogo democrático a sua existência. São negócios como outro qualquer e, por mais que incomodem, têm todo o direito de existir e publicar o que bem entenderem, dentro dos limites da Constituição. No caso de uma rádio ou televisão, contudo, a história é outra. Eles operam por meio de outorgas concedidas pelo Ministério das Comunicações com o aval do Congresso. E aí há regras. Afinal, é uma autorização de uso de um bem público, não é uma mera iniciativa privada, como querem nos fazer crer. Pela legislação em vigor, é o Ministério das Comunicações o órgão responsável por fiscalizar o conteúdo veiculado pelas emissoras e responsabilizá-las se houver violação da lei. (...) É só o Ministério das Comunicações, comandado por Paulo Bernardo, começar a agir e multar as empresas. Só não o faz porque não quer.”
 
Ou seja: além da ameaça velada à revista Veja e ao Estadão, a revista chapa-branca (ou seria “chapa-vermelha?”) explicita uma proposta concreta: está na hora de usar o poder do governo para enquadrar os donos de televisão, ameaçando-os com multas e a perda da concessão.

2) “E é no mínimo questionável o uso de tais concessões para enriquecer bispos de igrejas suspeitas, faturar bilhões a cada ano com a venda de publicidade ou colocar no ar comentaristas como Sheherazade, Martins e Prates, que diariamente desrespeitam as leis, deseducam e pregam a violência e o preconceito para milhões de brasileiros. Só governo, por meio do Ministério das Comunicações, pode mudar isso.”
 
Para essa gente, a prática de se tomar concessões por não estarem de acordo com o que o governo determina, também deveria se voltar contra os canais religiosos, colocando-os sob controle. Lembremos que Gilberto Carvalho quer que o PT entre em “uma disputa ideológica com as lideranças evangélicas para conquistar a classe C”. (aqui).
O detalhe sórdido da “Carta Estatal” é que, ao colocar as igrejas como alvo, ela use o termo “igrejas suspeitas” referindo-se implicitamente a todas elas, embora o objetivo seja fazer as pessoas pensarem logo na Igreja Universal do Reino de Deus.
O truque é aproveitar-se da imagem de uma seita cristã picareta (e, não sem doses de ironia, fiel aliada do governo petista e de seus projetos mais anticristãos), e colocá-la como representante de todas. Feito esse jogo sujo, conclui-se, num salto lógico monumental, que todas as seitas cristãs são picaretas e deveriam ser controladas. Exceto, é claro, aquela que é aliada do petismo.
É como a prática comum no nosso “jornalismo” de associar religião ao fundamentalismo (e extremismo); o fundamentalismo ao terrorismo; e depois, associar o terrorismo ao cristianismo. E, a partir daí, querer calar o cristianismo acusando-o de extremista e intolerante. Não é lindo como funciona a mente esquerdista?
Ao reclamar da própria Sheherazade, Paulo Martins e Luiz Carlos Prates, a revista (que vive de publicidade estatal e talvez, por isso, se irrite com "venda de publicidade" na TV e no rádio) não cita, é claro, nenhum "desrespeito às leis", "incitação à violência" ou propagação de "preconceitos", que os jornalistas tenham cometido. E ao fazer tal encenação, o autor do texto da Carta Das Kapital involuntariamente torna-se passível de processo por crime de calúnia (art. 138 do Código Penal).

3) E só a sociedade civil organizada pode pressionar o governo e o Congresso para que isso aconteça.

A sociedade civil organizada (termo usado numa acepção claramente gramscista), na verdade, é apenas um nome escolhido para caracterizar os movimentos militantes aliados do próprio governo, os quais vão, através de uma “estratégia de tesouras”, pressionar por mais controle estatal.
É de se prever, portanto, mais e mais manifestações contra a “mídia golpista” e por mais “democratização dos meios de comunicação” nos meses anteriores às eleições de outubro.
Esquerdistas são assim mesmo. Mentem, inventam, forçam o senso das proporções até a loucura. Torcem os sentidos das leis e das palavras. Acusam seus oponentes de crimes que eles mesmos cometem. Ameaçam. Odeiam a liberdade de expressão. Eles não largam o osso de controlar as opiniões. E sempre acabam dando com a língua nos dentes.
 
14 de fevereiro de 2014
Rodrigo Sias é economista.

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