
Na portaria 278, de 17 de março de 2011, que instaurou o Revalida, aliás, subscrita pelo próprio Padilha, não há nada disso. O ministro inventou a regra. A portaria indica a obrigatoriedade de verificar conhecimentos e habilidades adequadas aos princípios e necessidades do SUS -- e impõe que estas sejam equivalentes aos exigidos dos médicos brasileiros. Só.
Não sou contra o programa Mais Médicos, nem descreio da qualidade desses profissionais. Mas a resistência do governo em certificar as aptidões dos médicos contratados é injustificável. O governo tem sim a obrigação de atestar requisitos mínimos antes de liberar o exercício da medicina no país.

Alexandre Padilha, Ministro da Saúde. Foto:
Valter Campanato / ABr
Quando o resultado do Revalida foi atrasado de propósito, para não atrapalhar a aprovação do Mais Médicos no Congresso, ficou claro que o governo ia “fazer o diabo”, como preconizou a presidente.
A submissão à ditadura cubana, o confisco de 70% do salário dos médicos e a suspenção do direito de asilo, em desrespeito à Constituição, foram desdobramentos naturais.
Agora, o ministro Padilha diz que a reprovação de dezenas desses médicos ainda na primeira fase do Revalida não significa que sejam médicos de “segunda linha”.
A lógica do ministro deixaria Paracelso atordoado: desde que o procedimento não seja muito complicado, a medicina não tem segredo. Três semanas de treinamento bastam. Ele garante. Não é preciso comprovante algum.
Este rapaz ambicioso e irresponsável, que vem sendo dourado por Lula como a próxima grande novidade vazia, revela muito do aviltamento político que o país tem sofrido.
Mais um “líder” que entra para a política pela porta dos fundos, surgido do toque místico e cujo único atributo é ser o preferido do Lula. Nem nasceu para vida política e já está todo coberto de caruncho.
06 de novembro de 2013
José Aníbal é economista e ex-presidente do PSDB.
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