"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

CLUBE MILITAR - "CASA DA REPÚBLICA", DEVE SER O CONTRAPONTO AO "ESTADO DEVASSO"


Memória 
Nacional

Às vésperas da proclamação da república,
lamentando o fato de Pedro II estar divorciado das coisas 
militares,
Eduardo Prado, político e historiador, um monarquista convicto,
admitiu que existia no Brasil
"um exército esquecido, mal organizado, mal instruído, e mal pago". 

E  o que fizeram 
                                            os  Militares?

Palavras de  Benjamim Constant em reunião
do 
Clube Militar
, em 9 de novembro de 1889,
após criticar o governo imperial pelas
hostilidades contra os
 militares:

 
“Mais do que nunca preciso que me sejam dados plenos poderes
para tirar a classe militar de um estado de coisas
incomparável com a honra e a dignidade.
Comprometo-me, sob palavra,
se não encontrar dentro de oito dias
uma solução honrosa para o Exército e a Pátria,
resignar aos empregos públicos e quebrar minha espada”.

Em  15 de novembro ombreava
com o Marechal Deodoro da Fonseca
na Proclamação da República.
 ...Em consequência desses governos mal intencionados, temos hoje, novamente, Forças Armadas esquecidas, mal equipadas, mal instruídas, mal pagas e divididas?


 E  o que fazem 

os  Militares?

Estarão  sepultadas 

as  memórias de 

Benjamim  Constant 

e  de 

Castelo Branco?


Onde  andará 

o  autêntico 

Espírito  Militar 

Brasileiro?

 X.X

O Clube Militar – A Casa da República

As Forças Armadas constituem a única categoria que não possui sindicatos ou entidades que tratem de seus salários e defendam os seus direitos trabalhistas.

De igual modo, não possuem agremiações que se pronunciem a seu favor ou contra os ataques que sofram de outras entidades, inclusive as governamentais.

A Constituição não permite. É uma pretensa salvaguarda do poder civil, quanto à predominância do poder militar.

Nada a reclamar. A democracia é a nossa meta, de civis e de militares.

Nas últimas décadas, assustados pelo que os militares podem fazer para chegar ao poder, ou coibir a chegada ao poder de um bando de canalhas, foram criados inúmeros mecanismos para desprestigiar as autoridades militares.

Com o Ministro da Defesa e a figura do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), foram estabelecidas duas barreiras entre os Comandantes Militares e o chefe da Nação.

Assim, qualquer assunto de interesse dos militares antes deverá ser tratado pelo Ministro da Defesa e o seu Assessor, que a seu critério levará as suas decisões ou da presidência para os Comandantes das Forças.

Sabemos o desprestígio que tem ocorrido, pois nem nos desfiles oficiais, os Comandantes Militares têm a honra de ocupar a sua posição de destaque no palanque das autoridades.

O Clube Militar do Rio de Janeiro, fundado em 26 de junho de 1887para muitos, deve ser apenas uma agremiação esportiva e social.

Lá, se podem disputar torneios de xadrez, jogos de “pingue – pongue”, natação, promover bailes, encontros literários, e outras amenidades para manter os sócios, em geral da reserva, numa redoma telúrica.

É um similar dos jardins dos duendes e das sílfides.

Mas nem sempre foi assim. Lá germinaram e foram difundidos sonhos e aspirações, indignações e posições.

O Clube foi criado como ambiente de eventos sociais, não políticos, porém na falta de locais destinados ao trato dos interesses militares, nada mais natural que os seus sócios, entre uma partidinha de damas ou de palitinhos, abordem seus espantos e incredulidades.

No próximo ano, teremos a eleição do novo Presidente. Temos quatro candidatos, todos de excelentes predicados, alguns com experiência anterior na diretoria do Clube.

É uma boa notícia, pois todos eles percebem que esperamos do Clube algo mais do que tertúlias quiméricas e desfiles de moda, e que repitam as retumbantes posições do Clube em situações que se caracterizavam pela perda da soberania e ameaça à democracia nacional.

Isto em “priscas eras”, quando os Comandantes despachavam, pessoalmente, com o Chefe da Nação

No seu histórico, encontramos memoráveis e vibrantes assembleias que marcaram fatos de grande significado para a vida nacional, como as Campanhas Abolicionista e Republicana, a instituição do Serviço Militar Obrigatório e as homenagens à FEB em seu regresso.

Portanto, o Clube é bem mais do que gostariam os puros de espírito, mas ingênuos de coração. O Clube é uma postura de dignidade, de uma grandeza que precisa ser preservada e respeitada.

Os candidatos se propõem em prosseguir, como no passado, a sua trajetória; contudo, um por ter elaborado em 09 de março de 2012, o Manifesto dos Militares, conduta que estremeceu algumas autoridades que pretenderam sancionar disciplinarmente os infratores, merece destaque na situação de porcos selvagens encurralados em que vivemos.

Esperamos que o futuro presidente, qualquer deles, seja desassombrado, que haja com firmeza, respeitando e sendo respeitado, e cumprindo as determinações superiores, se dignas, e, do contrário, que se danem, pois o Clube, ao contrário das Instituições Militares, não é subordinado às tiranias e às injustiças de um desgoverno revanchista.

Brasília, DF, 05 de novembro de 2013
Sarides Freitas

Nenhum comentário:

Postar um comentário