"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

OS BASTIDORES DA DECISÃO DE SERRA, POR UM JORNAL CARIOCA


Serra-e-Aécio
 
Na tarde de segunda-feira, Serra havia se reunido com Aécio, em um apartamento nos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo. No encontro, que durou cerca de quatro horas, regado a sanduíches e torta de maçã, o ex-governador disse que não mudaria de partido e o senador prometeu que ele terá papel de destaque na campanha presidencial do próximo ano.
 
Serra colocou para Aécio sua angústia com a possibilidade de embarcar em uma “aventura” saindo do PSDB para ingressar no PPS, partido que lhe forneceria pouca visibilidade e insignificante exposição na TV. O paulista afirmou que seu desejo é de permanecer no PSDB e que pretende continuar sendo um protagonista no partido.
 
Na conversa, ficou subentendido que não deverá haver mais disputa interna para a escolha do candidato tucano em 2014. Serra questionou Aécio sobre como ficará sua situação no partido, já que, nos últimos tempos, vinha sendo criticado por conta da queda de braço que vinha travando com o senador para ser o presidenciável do PSDB.
 
Aécio tranquilizou o colega, dizendo que o bombardeio interno era motivado pelo movimento de ruptura em relação à maioria dos tucanos, que preferem vê-lo disputando o Palácio do Planalto no ano que vem. Por isso, Serra ficaria, a partir de agora, em uma posição confortável no PSDB. - O Serra decidiu ficar no partido e sabe quais são as circunstâncias atuais.
Há uma esmagadora maioria a favor da candidatura de Aécio, então o gesto dele de permanecer diz tudo, significa que ele aceita as regras. O que ele não quer é morrer politicamente, quer continuar com seu nome no jogo, mas não haverá guerra interna - disse um interlocutor de Aécio.
 
Serra e Aécio combinaram que, apesar do entendimento entre os dois, não se falaria ainda sobre a definição da candidatura do mineiro ou sobre o papel que o paulista terá no partido e num eventual governo tucano. Serra reconheceu que Aécio tem mais facilidade para rodar o Brasil desde já, pois é o presidente do partido e pode viajar pela instituição.
 
Na tarde desta terça-feira, Aécio comunicou a decisão de Serra, no Senado. Pouco antes de dar a declaração, Aécio recebeu mais uma ligação de Serra, para repassar o conteúdo da fala. O senador reafirmou que a candidatura do PSDB à Presidência ainda não está definida, conforme acordado com o ex-governador, e pontuou que Serra irá desempenhar “o papel que quiser” na campanha. - O nome de Serra estará sempre cogitado para qualquer postulação. Ele irá desempenhar o papel que ele quiser na campanha. O PSDB só definirá formalmente suas candidaturas no ano que vem. Não interessa a nós definirmos uma candidatura agora - disse Aécio.
 
O senador reforçou, no entanto, que apesar do partido não ter anunciado ainda quem será o candidato, não há possibilidade de prévias no PSDB. - Não se cogitou prévias e José Serra não colocou nenhuma condicionante para ficar no PSDB. Ao contrário, ele reconheceu que essa era a sua casa, uma casa que ele ajudou a construir nesses 25 anos, é onde ele tem inúmeros amigos. Em momento nenhum precisou haver qualquer apelo, houve foi uma constatação dele de que esse era o melhor caminho para enfrentarmos juntos o PT - disse. 
 
(O Globo)

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