"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

BRASIL PRECISA CRESCER MAIS DE 3% PARA RECUPERAR PERSPECTIVA POSITIVA DE RATING

 
 
Brasil precisa crescer mais de 3% para recuperar perspectiva positiva de rating, diz Moody’s.  Vice-presidente da agência, Mauro Leos-Lopez diz que crescimento precisa ser sustentável
O Brasil precisa voltar a crescer acima de 3% ao ano, em bases sustentáveis, para recuperar a perspectiva “positiva” de nota de classificação de risco, disse nesta quinta-feira ao site do GLOBO o vice presidente da agência Moody’s, Mauro Leos-Lopez. Na noite de ontem, a agência reduziu a perspectiva do rating soberano brasileiro de “positiva” para “estável”, citando a expectativa de que o ritmo de crescimento da economia brasileira ficará pouco acima de 2% neste e no próximo ano.
 

Segundo ele, a perspectiva “estável” atribuída ao rating dos títulos soberanos brasileiros - atualmente em “Baa2” pela agência, nota considerada grau de investimento (seguro para se investir) - levou em consideração que o governo vai reduzir empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES, como tem declarado o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nas últimas semanas. Mantega comentou mais de uma vez que os financiamentos de projetos teriam participação “com mais força” dos bancos privados.
 
- O Mantega tem falado muito que a relação de Tesouro com banco públicos vai mudar. Essa mensagem foi considerada na perspectiva estável, nós a incorporamos. Ela tem um papel importante no indicadores de endividamento do país. E se por alguma razão isso não acontecer, se os empréstimos não forem reduzidos aos bancos públicos, isso pode colocar mais pressão negativo (sobre o rating brasileiro). É um elementos importantes - disse Leos-Lopez.
 
No comunicado divulgado ontem, a agência informou que a antiga perspectiva do rating era sustentada por tendências positivas de indicadores econômicos e fiscais, o que foi interrompido. É o caso dos investimentos em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país), que de 20,2% em 2010 para 17,6% no ano passado. E também da relação entre a a dívida e o PIB do país, atualmente em cerca de 60%.
 
- Nós acreditamos que essa recuperação dos investimentos vai ser modesta neste e no próximo ano, abaixo da média de outros países. Pode haver uma retomada a partir de 2015, apoiado por investimentos em infraestrutura que estão sendo elaborados. Mas, se isso não acontecer, a partir de 2015 a nota de classificação de risco brasileira pode ter um impacto negativo - acrescentou o analista.
 
Além da Moody’s, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) também mudou sua perspectiva para o rating do Brasil, só que em junho deste ano. No caso da S&P, porém, a perspectiva passou de “estável” para “negativa”, ou seja, o rating brasileiro pode ser cortado. No comunicado ao mercado, à época, a S&P informou que as chances de um corte do rating era de uma para três nos 24 meses seguintes. Já a Fitch, que fecha a trinca das três mais importantes agência de rating do mundo, manteve a nota de classificação de risco brasileiro em perspectiva estável em julho.

04 de outubro de 2013
Bruno Villas Bôas - O Globo

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