"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A PIADA DE 32 SIGLAS


 
 
Quanto vale um político? 
Quanto vale um partido? 
E quanto dinheiro eles podem arrecadar para vencer uma eleição e se manter no poder? 

Essas perguntas dominaram, com a discrição necessária, as intensas negociações que nas últimas semanas aconteceram entre partidos e pré-candidatos nas próximas eleições. Pobre eleitor, obrigado a assistir esse triste espetáculo. A poucos dias do prazo final para registro de filiação partidária, a política se rende ao rasteiro toma lá dá cá de promessa de cargos e de futuras verbas. 

Está praticamente erguido o teatro para convencer o eleitorado de que sim, em 2014, poderemos separar o joio do trigo.

 
 
 
É impossível levar a sério a política de um país com 32 partidos. 

A profusão de siglas reduz a nada o debate ideológico, o confronto de teses, a comparação de políticas públicas, o legítimo duelo entre governo e oposição. Temos partidos de aluguel, 
deputados de aluguel, 
ideologia de aluguel. 
Temos tempo de televisão negociável, vagas disponíveis para suplentes, discursos sob encomenda, pose para fotos, reunião entre bancadas. 
Não importam a coerência, os princípios, as diferenças. 
Para conquistar as urnas, os fins justificam todo acordo.
 
 

Naturalmente, não se pode exigir trajetória retilínea de qualquer ator político. 
As circunstâncias podem levar a decisões difíceis, contraditórias e por vezes contrárias ao que se disse e se fez outrora. 

Para ficar apenas no PT, partido que tem história e não pode ser equiparado às legendas disponíveis na próxima esquina, constitui tarefa árdua explicar a diferença entre as críticas à privatização tucana, tema da campanha de 2010, e o problemático regime de concessões que se estende às profundezas do pré-sal. 

A questão ética também se tornou delicada, com o precedente do mensalão. Outros partidos tradicionais igualmente acumulam problemas. Basta lembrar o conhecido apetite por cargos do PMDB, ou a ausência de coesão do vacilante PSDB.

Mas as incongruências identificáveis nas maiores legendas diferem muito do mercadão eleitoral que se instalou no Brasil. Essa volatilidade fragiliza o discurso dos candidatos perante aqueles que pretendem confiar o voto com algum critério. Ao redor dos grandes, observa-se uma miríade de legendas, de pequena e média grandeza, a orbitar no jogo político.
 
 
 
Talvez a Rede, de Marina Silva, consiga trazer um sopro novo a esse universo. 
E chegamos, então, ao fundo do poço, aos partidos que oferecem a porta de entrada para o submundo eleitoral  .(????) *

É assim, eleitor, que nos aproximamos de 2014. 
Torçamos por uma reforma política a partir de 2015.


Carlos Alexandre/Correio Braziliense 

*CAMUFLADOS
Mais :
TABELA -

Valores e percentuais distribuídos aos partidos políticos no repasse feito pelo TSE do Fundo Partidário em 20013/BRASIL
 

Colado do :

04 de outubro de 2013

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