"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA HELIO FERNANDES

Dona Dilma, vá aos EUA, até adie, mas vá. AL Gore, ‘a Amazônia é nossa e não do Brasil’. Celso de Mello, muitas perguntas e nenhuma resposta. Mantega manda renegociar ‘dívidas’ de 35 BILHÕES do BNDES, beneficiando Eike.




Antigamente, na “Hora do Brasil” da ditadura, uma informação sempre surpreendente e inexplicável: “Aviso aos navegantes: não há aviso aos navegantes”. Diária, não mudava nunca. Hoje, posso dizer o mesmo a respeito da retomada do mensalão, contado seu último voto. Poderia dizer: “Voto de Celso de Mello? Não há notícia sobre o voto de Celso de Mello”.

O mistério é o mesmo da quinta-feira passada, quando às 6h20 da tarde a sessão foi encerrada, “pelo adiantado da hora”. E isso dito pelo próprio Joaquim Barbosa, que há pouco tempo afirmou: “Temos que prestar contas ao contribuinte, que paga os nossos salários”.

(Esse contribuinte, às 6h20 da tarde, está tentando voltar do trabalho, é prisioneiro nos ônibus e trens da Supervia. Todo esse transporte com vagões de 1954? Uma vergonha, 59 anos de exploração, o que fizeram com os lucros? Não puderam investir em modernizar os seus veículos de exploração da população?)

Da quinta-feira passada, até amanhã, supostamente a última sessão, a pergunta mais perguntada e resposta menos respondida, é esta: “Como votará Celso de Mello?”. Ele mesmo alimenta a dúvida e a incerteza, com o comentário: “Não me sinto pressionando de maneira alguma, aproveito o tempo para novas reflexões”.

Muitos acreditam que sabem como o 11º ministro decidirá. Apesar de acreditar não ser negativo, também não é positivo ou impositivo. Celso de Mello não deve ter revelado o voto nem à própria mulher e muito menos ao presidente do Supremo.

Se alguém, além dele, souber do conteúdo do voto e do que irá dizer ou defender, acabou o sigilo. Ou que deveria ser do conhecimento só dele. Até a quarta-feira, iniciando às 14h30.

A REAÇÃO DOS DOIS LADOS
Não tinha a menor ideia sobre o voto do decano. Nem tentei saber alguma coisa, desperdício de tempo. O que é fácil de constatar, pois é a conclusão, lógica e irrefutável: ninguém se conformará com o que decidir o ministro. Os participantes reagirão com as armas que possuem ou acreditam possuir.

ISABEL TEIXEIRA – AL GORE
Ministra do Meio Ambiente, acaba de merecer grande prêmio da ONU, “pela defesa constante da Amazônia”. Excelente. Só que esse prêmio “pela Amazônia” já foi dado ao ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore.

Vice de Clinton, não foi seu sucessor na Casa Branca, roubado pela intervenção no processo eleitoral, pelo irmão de George W. Bush, então governador da Flórida. Gore passou a fazer conferências pelo mundo. E sempre cita a Amazônia, com palavras textuais:
“O Brasil pensa que a Amazônia é deles, ela é nossa. E não demoraremos a chegar, para assumir o que É DE TODOS NÓS.

A OAB PROTEGE WADIH DAMOUS
As acusações a respeito das atividades do ex-presidente da OAB do Rio, conselheiro da OAB nacional e presidente da Comissão da Verdade do Rio, repercutiram intensamente. Nenhuma novidade.
O que deixa a todos perplexos é que depois de reuniões e mais reuniões, os poderosos senhores “não tomaram providências”.
 
Refugiados longe da verdade, espalham entre eles e comunicaram pessoalmente a Wadih, num almoço pago por ele:
“A ação contra você corre em segredo de Justiça”. Vá lá, mas as minhas revelações são públicas e notórias, por que o silêncio da OAB?
 
HIPOCRISIA DE MIRO TEIXEIRA DIZENDO QUE “APOIA” MARINA
A frase é ou seria ótima, se não viesse dele. O que disse no jornal e na televisão: “Quem ouve a Marina falar sobre o Brasil sente entusiasmo em relação ao futuro deste país”. É mesmo? O grande entusiasmo que o senhor sentiu pela ditadura de 1970 a 1982?
 
Escrevi e repeti isso na época, vou lembrar. Só existiam dois partidos: a Arena (governo), o MDB (supostamente oposição). Em 1970 éramos filiados ao mesmo MDB e Chagas Freitas (com Miro a tiracolo) foi duas vezes “governador” da ainda Guanabara.
 
Como mesmo na ditadura não havia reeleição, Chagas voltou em 1978 até 1982, com Miro mandando mais do que o “governador”, que assumiu com as mesmas aspas.
 
Quando digo “éramos” do MDB, eu da oposição violenta, eles “governistas” com todas as aspas e paetês. Textual desse repórter de 1970 a 1982, já cassado nesse (?) MDB: “Na ante-sala do “governador” Chagas, Miro Teixeira fica faturando os decretos que ainda não foram assinados”.
 
A questão da publicidade do Estado, entrelaçada com a publicidade oficial da ditadura, um dos grandes escândalos. Jamais responderam. E Miro nunca se elegeu prefeito ou governador. Agora “quer” prejudicar Dona Marina. Que República.
 
“ADIVINHEI” QUE BELTRAME NÃO ACEITARIA SER CANDIDATO
Quando serginho cabralzinho filhinho, antes do 6 de junho, convidou o secretário de segurança para vice de Pezão, escrevi; “Beltrame não vai aceitar, acha que tem mais cacife do que Pezão. E além do mais, não quer ser vice de quem não vai ganhar”. Agora, confirmou tudo publicamente, não se filiou a nenhum partido.
 
MINISTRA ELIANA CALMON ESTÁ PERTO DO “SIM”
Há mais de um ano, estava no auge sua faxina para limpar a Justiça. E como corregedora enfrentava os piores inimigos, que chamava de “bandidos de toga”, foi convidadíssima, partidos queriam filiá-la. Não disse que sim nem que não. Como falta pouco para se aposentar, está perto do S-I-M.
 
A VIAGEM DE DONA DILMA AOS ESTADOS UNIDOS
Convidada há meses para ir aos EUA, em “visita de chefe de Estado”, a repercussão foi exuberante. Todos deram parabéns a ela, retumbaram, “que honra”. Vieram os episódios da quebra de “privacidade”, o clima mudou, simultaneamente com o episódio boliviano-quase-bolivariano.
Dona Dilma “faturou” bastante em tempo de eleição. Agora existem dois grupos. Os exaltados, “temos que romper com os EUA”. E os sensatos e diplomáticos, liderados pelo novo chanceler. Vá, Dona Dilma, adie para novembro, mas vá. Esse grupo sensato não merece reação insensata.
 
MANTEGA E AS “DÍVIDAS” DO BNDES
O ministro da Fazenda, por “escrito” e portanto oficialmente, autorizou o BNDES a “renegociar” as dívidas vencidas e, lógico, não pagas e apenas com supostas garantias. Total dessas dívidas: 35 BILHÕES de reais, num cálculo sumário e primário.
O presidente do BNDES ficou satisfeitíssimo, ele o banco completamente a descobertos. Uma parte dessa dívida é do senhor Eike Batista, desmentindo o próprio Luciano Coutinho, presidente do BNDES: “A dívida do grupo Eike Batista com o BNDES é pequena e com garantias”. Há!Ha!Ha!
 
ITAÚ E EIKE NO BLOOMBERG
De forma surpreendente, o banco vazou para o Canal Bloomberg (quase ex-prefeito de Nova Iorque, e triliardário antes de ocupar o cargo) a nota: “Aconselhamos clientes e investidores em geral a FUGIREM das ações do grupo Eike Batista”.
Não apenas surpreendente. Pode ser vingança, represália, tentativa de retomada da auto-estima. Pois o Itaú foi um dos que acreditou no desvairado, desavisado e descontrolado empresário. Agora tenta alertar os que acreditaram nessas ações. Cujo preço baixíssimo assusta o mercado: “Vão virar pó”. Pelo menos, é o jargão comum de Wall Street (Ocupe Wall Street).

17 de setembro de 2013
 Helio Fernandes

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