"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

DEMOCRATAS


 
 
A 8 de dezembro de 1941, um dia após o ataque à base americana de Pearl Harbour pela marinha japonesa, numa ação ousada e presumivelmente inesperada, o então presidente  Franklin D. Roosevelt, do partido Democrata, solicitou, através de um discurso inflamado, autorização do Congresso para declarar guerra ao Japão. 
 
O mundo já estava em conflito e a resposta dos congressistas foi imediata e natural. 
 
Tratava-se de uma situação que dava pouca margem a dúvidas, já que o inimigo estava perfeitamente definido e a opinião pública totalmente motivada e traumatizada pela agressão . 
 
72 anos após, um outro presidente americano, encarnando a imagem de  xerife do mundo, também democrata, prepara-se para atacar um país sobre cujo governo pesa a responsabilidade de ter empregado armas químicas, proibidas por tratado internacional, contra a população civil. 
 
Assim como ocorreu em 1941, a ação espera autorização do Congresso, mas agora sem um apoio majoritário da opinião pública. 
 
Hoje, o alvo do ataque, a Síria, não é inimigo declarado do povo americano, não praticou ações inesperadas contra nenhuma parte do território pátrio e luta contra outro possível inimigo que ninguém sabe identificar, que usa armas fornecidas não se sabe exatamente por quem  mas que consegue também manejar armamento químico. 
 
É evidente, portanto, que a situação de Barack Obama é infinitamente mais desconfortável que a de Roosevelt, mesmo porque o mundo 72 anos depois está irreconhecível. 
 
A sua perplexidade e tíbia convicção são  inequívocas para um observador que se disponha a analisar atentamente sua expressão facial nas aparições na TV. 
 
Ao contrário do velho democrata que dispôs das condições ideais para amalgamar toda a sociedade americana, o atual presidente só procura desesperadamente por uma cumplicidade. 
Que suas escolhas como político sejam razoáveis e que, da sua solidão, se originem decisões que visem ao alcance da melhor paz possível.
 
04 de setembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.

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