"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 1 de setembro de 2013

APOIO EDITORIAL AO GOLPE MILITAR DE 64 FOI UM ERRO, AFIRMA GLOBO

 

Protestos pelo Brasil

 
30.ago.2013 - Manifestantes atiraram esterco na fachada da sede da Rede Globo e tentam arrancar letreiro, na avenida Luís Carlos Berrini, em São Paulo (SP), durante protesto contra empresa, nesta sexta-feira (30). No caminho eles picharam muros e fachadas com palavras de ordem contra a empresa de comunicação. A concentração foi na Praça General Simão. Integrantes do Black bloc participam da manifestação Gabriela Biló/Futura Press
 
Em texto publicado no site do jornal O Globo no final da tarde deste sábado (31), as Organizações Globo afirmam que o apoio editorial do jornal ao golpe militar de 1964 foi "um erro". "Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da história, esse apoio foi um erro", diz a nota.
 
De acordo com o texto, os protestos de junho deram às Organizações Globo "ainda mais certeza de que a avaliação era correta e o reconhecimento do erro, necessário".
 
"Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: 'A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura'. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura", diz o primeiro parágrafo da nota. "A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É história."

Comissão da Verdade investiga violações cometidas na ditadura

 
14.ago.2013 - O major Walter Valter da Costa Jacarandá, ex-major do Corpo de Bombeiros, um dos acusados pelo sequestro e a morte sob tortura de Mário Alves, dirigente do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário) assassinado em janeiro de 1970, no DOI-Codi do Rio, admitiu que participou de sessões de tortura durante a ditadura militar (1964-1985), mas disse "não se lembrar" quantas pessoas torturou, durante audiência pública que tratou da morte, no mesmo local, de Mário Alves. Foram ouvidos seis ex-presos políticos que foram presos e torturados nas dependências do DOI-Codi, localizado na rua Barão de Mesquita, na Tijuca Thiago Vilela/CNV
 
O texto acompanha a publicação do projeto "Memória", que recupera os 88 anos de história do jornal O Globo e foi lançado hoje. "Há alguns meses, quando o Memória estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna", afirma a nota. "De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos."
 
A nota, que ainda reproduz a íntegra do texto sobre a avaliação do apoio ao golpe militar de 1964, pode ser acessada aqui.
 
O texto afirma que "parcela importante da população" e outros veículos apoiaram a intervenção dos militares. "Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos --Jango era criticado por tentar instalar uma "república sindical"-- e de alguns segmentos das Forças Armadas."

01 de setembro de 2013
Do UOL

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