"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 7 de julho de 2018

SARAMPO E POLIOMIELITE RETORNAM AO CENÁRIO DO RIO DE JANEIRO E DO BRASIL


Vacinação contra poliomielite deve ser administrada aos 2, 4 e 6 meses de vida
Em 312 municípios a vacinação atinge menos de 50%
Reportagem de Flávia Junqueira, Ana Paula Blower, Ana Lucia Azevedo, Renata Nariz, Rayanderson Guerra e Cesar Bayma, em O Globo, destaca o fato do sarampo voltar a preocupar a população do país, especialmente no Rio de Janeiro,  em que casos suspeitos alertam para o risco de retorno da doença que inclusive já causou um surto na região norte do país. No RJ os casos já registrados acenderam sinal de alerta confirmado por especialistas sobre o avanço da doença.
O último contágio da doença ocorreu em 2014. As campanhas de vacinação não têm no momento atual alcançado o êxito que marcou as precedentes no passado. A população carioca e fluminense não aderiu maciçamente aos apelos feitos, entre os quais o da Organização Panamericana de Saúde.
IMIGRANTES – Em Roraima aconteceram 177 notificações. Relativamente ao Norte existem informações de que o contágio foi provocado pela entrada em grande número de imigrantes venezuelanos. No Amazonas já foram confirmados 263 casos.
O problema é gravíssimo, porque  o sarampo há vários anos não assinalava incidências no Brasil. As campanhas de vacinação, de acordo com estudo da UFRJ e registros no Hospital Copa d”Or, revelaram casos suspeitos  da incidência. Até na sede social do Joquei Clube Brasileiro, no centro do Rio foram colocados cartazes alertando que no prédio verificaram-se casos nos últimos dias.
SEM OVERDOSE – A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Balalai chamou a atenção para o problema afirmando não existir overdose de vacina. Assim caso a pessoa não encontre o cartão que prove ter sido vacinada, não existe problema em se vacinar novamente.  É melhor vacinar, sobretudo porque vacina não faz mal a saúde.
No Rio de Janeiro, digo eu, a atuação dos órgãos de saúde ao longo dos últimos governos foi verdadeiro desastre. A corrupção tomou conta das escalas administrativas, fenômeno dramático revelado pelo ex-secretário Sérgio Cortes que, em entrevista recente a revista Veja, admitiu ter desviado mais de 100 milhões de reais da Secretaria no redemoinho da corrupção que devastou a cidade e o Estado. Realmente, sob este prisma a corrupção causou a morte de muitas pessoas, desfecho trágico que certamente teria sido evitado se as verbas fossem destinadas para medicamentos, e não consumida nos especialíssimos vinhos franceses em restaurantes da mais elevada qualidade. Isso aconteceu há cinco anos atrás, mas os efeitos tanto do roubo quanto da inércia prolongam-se nos dias de hoje.
GRAVE AMEAÇA – O sarampo é uma ameaça tão grave quanto ao aspecto amedrontador da poliomielite. A vacinação é fundamental. Para isso, é necessária a participação direta de toda a sociedade.
Mas há um descrédito generalizado que tem origem no roubo desenfreado que se espalhou na área estadual e também na área federal. Os governantes de ontem e de hoje são os maiores responsáveis pelo que está acontecendo. Eles não desferiram o golpe da morte, mas o permitiram, por paralisação do compromisso para com o povo, e casos fatais acontecem numa sequência alarmante.
Alguns responsáveis estão na cadeia, e o médico Sérgio Cortes quer devolver 300 milhões de reais ao poder público.

07 de julho de 2018
Pedro do Coutto

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