Relatório elaborado pela Polícia Federal aponta indícios de que os senadores Edison Lobão (MDB-MA) e Jader Barbalho (MDB-PA) foram beneficiados com desvios na obra da usina hidrelétrica de Belo Monte, um dos maiores empreendimentos para geração de energia do mundo. Os agentes apontaram suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por parte dos parlamentares, investigados em um dos inquéritos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defensor de Edison Lobão no caso, disse que tenta autorização de acesso ao relatório. Ele afirmou que, embora desconheça o teor do documento, acompanha a investigação e diz que não há elementos capazes de incriminar o senador.
“TRANQUILOS” – “Estamos acompanhando a investigação e tranquilos em relação ao senador Lobão. Desconhecemos o relatório. Estamos tentando desde maio ter acesso, mas infelizmente mais uma vez disseram que não poderíamos ter”, afirmou o advogado.
O senador Jader Barbalho afirmou que o relatório é uma “leviandade” e uma “barbaridade” porque não tem nenhum fundamento relacioná-lo à obra de Belo Monte. “Nunca tive nenhum encontro sobre a obra e nunca recebi nada desta gente, nem telegrama de aniversário”.
Para o senador, quem assinou o relatório que o aponta como beneficiário de propina é “um irresponsável que está fazendo molecagem”. “Desafio quem quer que seja a apontar um ato contra mim”, afirmou Jader Barbalho.
PROPINAS – De acordo com a Polícia Federal, o objetivo do inquérito é apurar se houve pagamento de propina para políticos, embora a investigação também tenha apontado indícios de irregularidades no leilão de Belo Monte.
A suspeita é que as empresas responsáveis recebiam dinheiro público para executar a obra, e parte dos valores era desviada para pagamento de propina a políticos
O relatório da PF, concluído em maio, está atualmente nas mãos da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que poderá denunciar os parlamentares ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base nas provas já coletadas. O relator do caso no STF é o ministro Luiz Edson Fachin.
MUITAS PROVAS – Além de depoimentos de delatores das empreiteiras Andrade Gutierrez e Odebrecht, investigadores identificaram e-mails, registros de entrada nos prédios, pagamentos registrados no sistema de pagamento de propina da Odebrecht – o Drousys – e informações sobre entregas dos valores.
Segundo a PF, também há indícios dos mesmos crimes por parte do filho de Lobão, Márcio Lobão, e do ex-senador Luiz Otávio Campos, aliado de Jader, que seriam os operadores da propina paga pelas empresas. Os dois foram alvos da Operação Leviatã, em fevereiro do ano passado, que recolheu provas para o inquérito.
O advogado Aristides Junqueira, que defende Márcio Lobão, afirmou que não teve acesso ao relatório e por isso não pode comentar. Segundo ele, no ano passado, quando foram autorizadas buscas envolvendo Márcio Lobão, foi uma operação descabida e baseada apenas na palavra de um delator.
LIGAÇÕES – Para a PF, há elementos que indicam que os parlamentares foram beneficiados.
“A ligação entre Luiz Otávio Campos e Jader Barbalho é indissociável, o que autoriza a conclusão, com base nos elementos já expostos, de que esse parlamentar, conjuntamente com Edison Lobão, estava por detrás das ações”, afirma o texto do relatório.
De acordo com o documento, os parlamentares “solicitaram, por seus emissários – e, ao que tudo indica, receberam – em concurso, vantagem indevida em razão da função pública que tinham”.
A Polícia Federal justificou no relatório o fato de não terem sido localizadas provas diretas contra os senadores. Segundo o documento, autoridades costumam utilizar terceiros para tratativas irregulares, sem atuar diretamente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os caciques do PMDB, tipo Lobão, Barbalho, Jucá e Renan, são escorregadios e sempre conseguem escapar. Vamos ver o que acontecerá desta vez. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os caciques do PMDB, tipo Lobão, Barbalho, Jucá e Renan, são escorregadios e sempre conseguem escapar. Vamos ver o que acontecerá desta vez. (C.N.)
07 de julho de 2018
Vladimir Netto e Mariana Oliveira
TV Globo, Brasília
'Múmias intocáveis' com seus arquivos marrons, que sabe-se lá o que contém! - são realmente ameaçadoras...
Se a existência desse Parlamento tornou-se possível, tal acontecimento deve-se ao corporativismo 'comprometido', e as gavetas onde se escondem os maiores mistérios, verdadeiros explosivos, que se acionados, explodiriam Brasilia...
m.americo
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