"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

REFERENDO NO EQUADOR: PÁ DE CAL SOBRE O BOLIVARIANISMO



Os eleitores enterraram o sonho do tiranete Rafael Correa de concorrer a um novo mandato. 
É o fim do ciclo nacional-populista, comenta editorial do jornal O Globo. Agora só falta enterrar o lulopetismo, representante do nefasto bolivarianismo no Brasil:

A decisão do eleitor equatoriano de proibir, em referendo, o exercício ilimitado de mandatos presidenciais representa uma derrota política para o ex-presidente Rafael Correa e acrescenta mais um revés ao ciclo de desprestígio bolivariano no continente. 
A medida fecha a porta às pretensões de Correa de retornar à Presidência, como pretendia, após o rompimento com o atual ocupante do cargo, Lenín Moreno, seu ex-aliado político. 

Com 63% dos votos, os equatorianos também aprovaram a reestruturação do Conselho de Participação Cidadã, uma invenção do ex-mandatário para indicar nomes para instituições, como o Ministério Público e o Conselho Eleitoral.

Segundo afirmou ao GLOBO o cientista político Santiago Casabe, embora não se possa falar no fim de Correa como ator político, o resultado da votação é um importante fiasco, pois impede que ele concorra à Presidência em 2021. Para analistas, além de pôr fim a uma das marcas do bolivarianismo — a reeleição eterna —, a vitória de Moreno possibilitará a recomposição da maioria governista na Assembleia, hoje dividida entre partidários de Correa e do atual presidente. Isso pode facilitar a aprovação no Legislativo de medidas para reduzir o déficit fiscal.

Correa vê no resultado uma conspiração urdida para anular seus direitos políticos. “É a nova estratégia da direita para destruir os dirigentes progressistas, como fizeram com Dilma, Lula ou Cristina (Kirchner, na Argentina)”, disse ele. Tal discurso, porém, não esconde o fato de que o ciclo do nacional-populismo bolivariano esgotou-se, como se pode ver em vários países, após mais de uma década de experiências perigosas, que colocaram em risco instituições republicanas e a democracia, além de dilapidar a economia mediante projetos insustentáveis.

No Brasil, a nova matriz econômica de Dilma levou o país ao abismo, conduzindo-a ao impeachment. Some-se a isso condenação do ex-presidente Lula na Justiça. A decisão, vencidos os recursos cabíveis, impede sua candidatura à reeleição sob os termos da Lei da Ficha Limpa.

Na Argentina, a ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner também denunciou o conchavo das elites. Mas a verdade é que seu sucessor, Mauricio Macri, por meio de ajustes para equilibrar as finanças, vem tirando a Argentina do caos.

Na Bolívia, contrariando um referendo em que os eleitores lhe negaram em 2016 o direito de disputar um quarto mandato, Evo Morales, apoiando-se numa posição do Tribunal Constitucional, anunciou no ano passado sua intenção de concorrer de novo à Presidência em 2019. 
A medida causou revolta. Mas a situação mais grave certamente é da Venezuela, país transformado em ditadura por Nicolás Maduro, e que caminha para a paralisia total de sua economia.

O fôlego dos altos preços das commodities, que financiou o sonho bolivariano, acabou. Em seu lugar, ficou a realidade dos ajustes necessários para corrigir tantos erros.

07 de fevereiro de 2018
in orlando tambosi

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