COLLOR ACHA QUE SERIA COVARDIA NÃO DISPUTAR A PRESIDÊNCIA
EX-PRESIDENTE DIZ SER COVARDIA "DESVIAR DE MAIS UM DESAFIO" QUE O DESTINO IMPÕE
Em um discurso de mais de vinte minutos na tribuna do Senado, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL) reafirmou sua pré-candidatura à Presidência da República, nesta terça-feira (6), quando se colocou como um nome de centro, progressista e liberal. E garantiu que possui “a experiência, a coragem, o equilíbrio e maturidade” para comandar o País.
Collor classificou sua pré-candidatura como “a retomada de uma missão pelo país”, quase 26 anos após ter sido alvo do processo de impeachment, depois de ser o primeiro presidente eleito pelo voto popular na redemocratização do Brasil, contra 21 candidatos. E defendeu que chegou o momento de o extremismo se afastar de vez da política brasileira, “fazendo renascer na população o sentimento de esperança e de otimismo em torno de um Brasil melhor”.
“O íntimo do meu sentimento público hoje me diz que seria covardia de minha parte renunciar à verdade e desviar de mais um desafio que o destino me impõe. Os temores da história não podem preceder aos ardores da modernidade”, declarou Collor.
Em seu discurso, o ex-presidente criticou o que classificou como um forçado espírito de renovação política e defendeu um “novo pacto federativo” para aglutinar no governo os “melhores quadros”. “Não precisamos de revolução, mas de evolução. Da mesma forma não precisamos de renovação, mas de inovação”, afirmou.
O senador disse estar disposto a firmar um novo acordo com os brasileiros para alavancar novamente o país. E disse que tal feito só será possível com o planejamento de um “sólido programa social que seja tecnicamente recomendável, politicamente viável e socialmente aceito”.
Collor ainda criticou o contexto atual da política, com “extremismos e pós-verdades, de bravatas, radicalismos e, pior, de intolerâncias e confrontos de argumentos ideologicamente vazios”. E defendeu que a população brasileira evite a desilusão e opte pelo centro, progressista e liberal.
“Um centro democrático que não mais se prenda ideologicamente a meros rótulos da esquerda ou da direita. Um centro que promova a interação entre o setor público e o setor privado, que é um mandamento do Estado Moderno. Mas também, um centro que saiba atribuir a cada ente a sua específica competência. Ou seja, ao Estado, o que é do Estado; ao mercado, o que é do mercado”, defendeu Collor.
Collor destacou feitos positivos de seu curto mandato, a exemplo da abertura econômica do país, o pagamento a aposentadorias para trabalhadores do campo e do que considera ter sido a consolidação do lastro financeiro que possibilitou a implantação do Plano Real pelo seu vice-presidente, Itamar Franco, e o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
“Mantive em razoáveis níveis o equilíbrio fiscal das contas públicas. Abri a porta do Brasil para a tecnologia e para o mundo”, disse o senador alagoano.
Assista:
SALVAÇÃO DO PTC
Anunciada em evento no interior de Alagoas, em janeiro deste ano, a candidatura do ex-presidente tem o objetivo de garantir a sobrevivência de seu partido, o nanico PTC, por causa das novas regras aprovadas pelo Congresso para que as legndas tenham acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV.
Pela chamada "cláusula de barreira", aprovada em outubro passado, as legendas deverão atingir pelo menos 1,5% dos votos válidos para a Câmara em 2018 em pelo menos nove Estados ou ter eleito, no mínimo, 13 deputados em nove Estados. Nas eleições de 2014, o PTC ficou longe desse porcentual: teve apenas 0,35% dos votos e só conseguiu eleger dois deputados.
A estratégia do PTC é usar a candidatura como atrativo para eleger de 9 a 11 deputados federais. Um deles será o filho do senador, Arnon Collor, atual vice-presidente na América Latina do grupo NBA, liga de basquete americano. O partido espera também as candidaturas à reeleição dos atuais deputados Uldurico Pinto (PV-BA) e Brunny (PR-MG), que foram eleitos em 2014 pelo PTC, mudaram de agremiação e agora negociam o retorno à sigla.
A legenda também traçou como meta eleger de três a quatro senadores em outubro deste ano, pelo Amapá, Rio Grande do Norte e Amazonas. Eles se juntarão a Collor, que, caso não se eleja presidente, terá mandato de senador até 2022.
Réu na Operação Lava Jato, Collor é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em agosto de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia do então procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o político. Ele é acusado de ter recebido ao menos R$ 29 milhões em propinas, entre 2010 e 2014. A defesa do senador nega e diz que vai provar sua inocência.
Oito senadores assistiram ao discurso de Collor transmitido pela TV Senado, no qual ele também afirmou que sua postulação possui suporte em sua experiência como prefeito, governador, presidente e parlamentar. Após o pronunciamento, ele não quis falar com a imprensa.
07 de fevereiro de 2018
diário do poder
EX-PRESIDENTE DIZ SER COVARDIA "DESVIAR DE MAIS UM DESAFIO" QUE O DESTINO IMPÕE
Em um discurso de mais de vinte minutos na tribuna do Senado, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC-AL) reafirmou sua pré-candidatura à Presidência da República, nesta terça-feira (6), quando se colocou como um nome de centro, progressista e liberal. E garantiu que possui “a experiência, a coragem, o equilíbrio e maturidade” para comandar o País.
Collor classificou sua pré-candidatura como “a retomada de uma missão pelo país”, quase 26 anos após ter sido alvo do processo de impeachment, depois de ser o primeiro presidente eleito pelo voto popular na redemocratização do Brasil, contra 21 candidatos. E defendeu que chegou o momento de o extremismo se afastar de vez da política brasileira, “fazendo renascer na população o sentimento de esperança e de otimismo em torno de um Brasil melhor”.
COLLOR LEMBROU DE MANDATO INTERROMPIDO (FOTO: WALDEMIR BARRETO/SENADO) |
“O íntimo do meu sentimento público hoje me diz que seria covardia de minha parte renunciar à verdade e desviar de mais um desafio que o destino me impõe. Os temores da história não podem preceder aos ardores da modernidade”, declarou Collor.
Em seu discurso, o ex-presidente criticou o que classificou como um forçado espírito de renovação política e defendeu um “novo pacto federativo” para aglutinar no governo os “melhores quadros”. “Não precisamos de revolução, mas de evolução. Da mesma forma não precisamos de renovação, mas de inovação”, afirmou.
O senador disse estar disposto a firmar um novo acordo com os brasileiros para alavancar novamente o país. E disse que tal feito só será possível com o planejamento de um “sólido programa social que seja tecnicamente recomendável, politicamente viável e socialmente aceito”.
Collor ainda criticou o contexto atual da política, com “extremismos e pós-verdades, de bravatas, radicalismos e, pior, de intolerâncias e confrontos de argumentos ideologicamente vazios”. E defendeu que a população brasileira evite a desilusão e opte pelo centro, progressista e liberal.
“Um centro democrático que não mais se prenda ideologicamente a meros rótulos da esquerda ou da direita. Um centro que promova a interação entre o setor público e o setor privado, que é um mandamento do Estado Moderno. Mas também, um centro que saiba atribuir a cada ente a sua específica competência. Ou seja, ao Estado, o que é do Estado; ao mercado, o que é do mercado”, defendeu Collor.
Collor destacou feitos positivos de seu curto mandato, a exemplo da abertura econômica do país, o pagamento a aposentadorias para trabalhadores do campo e do que considera ter sido a consolidação do lastro financeiro que possibilitou a implantação do Plano Real pelo seu vice-presidente, Itamar Franco, e o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
“Mantive em razoáveis níveis o equilíbrio fiscal das contas públicas. Abri a porta do Brasil para a tecnologia e para o mundo”, disse o senador alagoano.
Assista:
SALVAÇÃO DO PTC
Anunciada em evento no interior de Alagoas, em janeiro deste ano, a candidatura do ex-presidente tem o objetivo de garantir a sobrevivência de seu partido, o nanico PTC, por causa das novas regras aprovadas pelo Congresso para que as legndas tenham acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV.
Pela chamada "cláusula de barreira", aprovada em outubro passado, as legendas deverão atingir pelo menos 1,5% dos votos válidos para a Câmara em 2018 em pelo menos nove Estados ou ter eleito, no mínimo, 13 deputados em nove Estados. Nas eleições de 2014, o PTC ficou longe desse porcentual: teve apenas 0,35% dos votos e só conseguiu eleger dois deputados.
A estratégia do PTC é usar a candidatura como atrativo para eleger de 9 a 11 deputados federais. Um deles será o filho do senador, Arnon Collor, atual vice-presidente na América Latina do grupo NBA, liga de basquete americano. O partido espera também as candidaturas à reeleição dos atuais deputados Uldurico Pinto (PV-BA) e Brunny (PR-MG), que foram eleitos em 2014 pelo PTC, mudaram de agremiação e agora negociam o retorno à sigla.
A legenda também traçou como meta eleger de três a quatro senadores em outubro deste ano, pelo Amapá, Rio Grande do Norte e Amazonas. Eles se juntarão a Collor, que, caso não se eleja presidente, terá mandato de senador até 2022.
Réu na Operação Lava Jato, Collor é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em agosto de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia do então procurador-geral da República Rodrigo Janot contra o político. Ele é acusado de ter recebido ao menos R$ 29 milhões em propinas, entre 2010 e 2014. A defesa do senador nega e diz que vai provar sua inocência.
Oito senadores assistiram ao discurso de Collor transmitido pela TV Senado, no qual ele também afirmou que sua postulação possui suporte em sua experiência como prefeito, governador, presidente e parlamentar. Após o pronunciamento, ele não quis falar com a imprensa.
07 de fevereiro de 2018
diário do poder
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