"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

NO SINDICATO DE LADRÕES, A PRISÃO DE GEDDEL DEIXA TEMER ENCURRALADO


Carlos Latuff / Brasil247
Charge do Latuff (reprodução do site 247)
O título do artigo reproduz o título do filme famoso de Elia Kazan com Marlon Brando no papel principal. O tema, que tem na prisão de Geddel Vieira Lima mais um capítulo, é uma teia sombria que se estende em torno do governo Michel Temer. O presidente da República encontra-se encurralado no Palácio do Planalto, lutando desesperadamente para tentar obstruir na Câmara dos Deputados o curso da denúncia formalizada contra ele por Rodrigo Janot, Procurador Geral da República.
Estranhamente, Temer, que devia ser o primeiro a querer elucidar a questão e comprovar sua inocência, ao contrário, lança-se freneticamente no empenho de barrar o curso da investigação e dos acontecimentos que a antecedem e podem sucedê-la de maneira capaz de culminar com seu afastamento do Palácio do Planalto.
GEDDEL NA PAPUDA – A prisão de Geddel Vieira Lima, acusado de corrupção, quando foi vice-presidente da Caixa Econômica no governo Dilma Rousseff, e de obstrução da Justiça, já no governo Michel Temer, tornou-se a manchete principal das edições de O Globo, Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo nesta terça-feira. No Globo, a reportagem é de Jailton de Carvalho; na Folha, de Camila Matoso; e no O Estado de São Paulo, de Fabio Serapião, Júlia Afonso e de Luiz Vassalo.
O abalo político, mais um capítulo da crise, evidentemente tornou o presidente da República ainda mais inseguro e mais vulnerável diante da ação movida por Rodrigo Janot, sobretudo porque o procurador deverá ser convocado a depor na Comissão de Constituição e Justiça e com isso os aliados do presidente Michel Temer preocupam-se com a repercussão do depoimento, situação agravada com a falta de explicações por parte do presidente da República capazes de rebater as suspeitas que o envolvem , inclusive no seu relacionamento com Rocha Loures.
SILENCIAR LOURES – De fato a partir do instante em que MIchel Temer recebeu favoravelmente a transferência do homem da mala da prisão comum para a prisão domiciliar, deixa evidente que seu objetivo é evitar o depoimento de seu ex-assessor. A respeito de Rocha Loures, não há motivo para festejar. Isso porque passou a aguardar em casa, com tornozeleira, a inevitável condenação pela Justiça Federal.
Na sequência de páginas negativas no capítulo que marca o início da semana, segundo reportagem de Carla Araújo, O Estado de São Paulo de terça-feira, a equipe do presidente da República foi acometida de mais um temor – a investida de Rodrigo Janot contra os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
É dose muito forte para o governo que já tem dois ex-ministros presos por corrupção e o senador Romero Jucá destituído do Ministério do Planejamento. O fim da estrada aproxima-se cada vez mais.

05 de julho de 2017
Pedro do Coutto

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