O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse lamentar pessoalmente a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, mas garantiu que a detenção não repercutirá na tramitação da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara porque se trata de uma “questão pessoal dele (Geddel)”.
A prisão de Geddel, um dos mais próximos aliados de Temer, aconteceu três dias depois da liberação de outro ex-assessor do presidente — Rodrigo Rocha Loures — e após declarações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que, enquanto estivesse com a caneta, continuaria “mandando flexadas”.
SEM “PREJULGAR” – Jucá não quis ligar a prisão de Geddel à declaração de Janot, vista no governo como uma ameaça de que continuaria agindo para fazer Temer sangrar. “Não vou prejulgar o Janot. Sou muito conciencioso dos meus atos e das minhas palavras” — disse Jucá.
Sobre a tramitação da denúncia contra Temer na Câmara, Jucá disse que isso não pode ser a pauta única do governo e “é preciso tocar o país”. O senador também avaliou que não é necessariamente obrigatório que o partido feche questão na bancada da Câmara contra a autorização para que o Supremo Tribunal Federal processe Temer.
ALINHAMENTO – Aliados do presidente Michel Temer descrevem sua relação com Geddel Vieira Lima, preso nesta segunda-feira pela Polícia Federal, como de “alinhamento total”. Apesar das diferenças de estilo — o baiano é verborrágico e abusa dos decibéis ao conversar com qualquer interlocutor, enquanto o presidente fala baixo e tem estilo discreto —, o ex-ministro, que nunca deixou o PMDB, é um dos homens de confiança de Temer.
Geddel e Temer são amigos há décadas. Em uma entrevista à revista Piauí, em 2010, o ex-ministro contou que fez a primeira campanha de Temer para a liderança do PMDB da Câmara, em 1995, e expôs a relação estreita que, desde aquela época, cultiva com o presidente.
“Nós começamos a fazer a campanha do Michel, mas ele estava de férias com a namorada, em Trancoso. Eu liguei e ele me disse para fazer a campanha porque ele estava namorando. O Michel só é ousado nas conquistas amorosas. Na política ele é muito ponderado”, narrou Geddel.
INTIMIDADE – No ano passado, já ministro do governo, Geddel participava de todas as reuniões com o chefe, tanto no Planalto, quanto no Jaburu, residência oficial de Temer. Para aliados históricos do presidente, seu grande erro foi levar para o quarto andar do Planalto amigos de “confessionário” do PMDB.
“Ninguém preside o PMDB tantos anos impunemente. Seu erro foi levar essa turma para dentro do Planalto sabendo o passado de cada um” — diz um deputado próximo do presidente da República.
Em novembro do ano passado, em Salvador, de onde oficializou sua demissão do governo, Geddel conversou várias vezes por telefone com Temer, a quem chamou de “fraterno amigo”, na carta de demissão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A declaração de Jucá, em tradução simultânea, é Piada do Ano. O líder e presidente do PMDB gostaria que a prisão de Geddel não afetasse a situação de Temer, mas é óbvio que afeta. Nesta segunda-feira, Temer deu entrevista à Rádio Band. Para desmentir a informação da Folha de que estaria deprimido, o presidente disse que estava “animadíssimo” com a próxima decisão da Comissão de Constituição e Justiça. Mas na verdade não há animação no Planalto, apenas preocupação com o que pode acontecer. A depressão é consequência. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A declaração de Jucá, em tradução simultânea, é Piada do Ano. O líder e presidente do PMDB gostaria que a prisão de Geddel não afetasse a situação de Temer, mas é óbvio que afeta. Nesta segunda-feira, Temer deu entrevista à Rádio Band. Para desmentir a informação da Folha de que estaria deprimido, o presidente disse que estava “animadíssimo” com a próxima decisão da Comissão de Constituição e Justiça. Mas na verdade não há animação no Planalto, apenas preocupação com o que pode acontecer. A depressão é consequência. (C.N.)
04 de julho de 2017
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