O juiz Vallisney de Souza, de Brasília, determinou a apreensão dos celulares do ex-ministro Geddel Vieira Lima no despacho em que concedeu a prisão preventiva dele. O juiz autoriza a Polícia Federal a ‘forçar entrada e arrombar portas e cofres, na hipótese de resistência de seu cumprimento’. E também ‘autoriza empregar força contra coisas existentes e todos os meios legais para o cumprimento do mandado’.
O mandado é de prisão preventiva, quando não há prazo para a soltura. A prisão foi baseada nos depoimentos do operador Lucio Funaro e do empresário e delator Joesley Batista no âmbito da Cui Bono e atende a pedido da Polícia Federal e da Força-Tarefa Greenfield – que também é responsável pelas operações Sépsis e Cui Bono.
CORRUPÇÃO NA CAIXA – Geddel Vieira Lima é um dos investigados na Operação Cui Bono. Deflagrada no dia 13 de janeiro, a frente investigativa tem o propósito de apurar irregularidades cometidas na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, durante o período em que foi comandada pelo político baiano.
A investigação teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha. O teor das mensagens indicam que Cunha e Geddel atuavam para garantir a liberação de recursos por vários setores da CEF a empresas que, após o recebimento, pagavam vantagens indevidas aos dois e a outros integrantes do esquema, entre eles Fábio Cleto.
DELAÇÃO PREMIADA – Cleto, que ocupou por indicação de Eduardo Cunha a vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias, foi quem forneceu as primeiras informações aos investigadores. Em meados do ano passado, ele fechou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR).
Em conversas datadas de 2012, por exemplo, os envolvidos revelam detalhes de como agiram para viabilizar a liberação de recursos para sete empresas e um partido político. Entre os beneficiados do esquema ilícito aparecem companhias controladas pela holding J&F, cujos acionistas firmaram recentemente acordo com o MPF.
O aprofundamento dos indícios descobertos com a análise do conteúdo armazenado no aparelho telefônico apreendido permitiu aos investigadores constatarem intensa e efetiva participação de Geddel Vieira Lima no esquema criminoso. Além da prisão preventiva, a Justiça acatou os pedidos de quebra de sigilos fiscal, postal, bancário e telemático do ex-ministro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Geddel estava em pânico, sabia que ia ser preso. No desespero, recentemente ofereceu à Polícia Federal a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, para despistar. Não deu certo. E no esquema da Caixa Econômica, falta alguém em Nuremberg, como diria David Nasser. É o Moreira Franco, que só não está preso devido ao foro privilegiado. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Geddel estava em pânico, sabia que ia ser preso. No desespero, recentemente ofereceu à Polícia Federal a quebra de seus sigilos bancário e fiscal, para despistar. Não deu certo. E no esquema da Caixa Econômica, falta alguém em Nuremberg, como diria David Nasser. É o Moreira Franco, que só não está preso devido ao foro privilegiado. (C.N.)
04 de julho de 2017
Andreza Matais, Marcelo de Moraes e Fábio Fabrini
Estadão
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