"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

NO ATAQUE DOS EUA À SÍRIA, A QUESTÃO PRINCIPAL É SABER O QUE VEM DEPOIS


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Em retaliação, EUA lançaram 59 mísseis contra a Síria
Para o presidente Trump, escolher alvos e disparar mísseis para punir o regime sírio por usar armas químicas pode ter sido uma decisão relativamente fácil. O grande problema é o que vem depois disso. A grande diferença entre 2013, quando o então presidente Barack Obama ameaçou realizar ataques aéreos contra Assad, e hoje é que que os riscos de ampliar o conflito são muito maiores.
Trump e seus comandantes militares lidam com a presença de tropas russas no campo de batalha e com sistemas de defesa aérea capazes de derrubar aviões americanos. Hoje, tropas russas estão misturadas às forças sírias, e qualquer ataque a um alvo militar sírio pode produzir baixas entre os russos.
MORALMENTE?— “É muito mais difícil agora” — afirma o general reformado John Allen, que coordenou a campanha contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, durante o governo Obama. “Os EUA devem se perguntar: estamos enraivecidos moralmente a ponto de agir mesmo com possibilidade de baixas russas?”
Outras grandes preocupações são que os sistemas de defesa aérea síria e russa não atacaram aviões americanos porque a Força Aérea dos Estados Unidos estava concentrada em combater o Estado Islâmico, um inimigo comum dos Estados Unidos e do regime sírio.
“Tanto os sírios quanto os russos podem se tornar problemas” — diz Andrew Exum, ex-alto funcionário de Defesa do governo Obama. “Se você lançar um ataque contra o regime, eles teriam todas as justificativas para começar a alvejar aviões da coalizão”.
PREOCUPAÇÕES – Segundo Exum, tais ações poderiam gerar preocupações entre os parceiros da coalizão e afastá-los do combate. Trump poderia minimizar esses riscos, garantindo aos russos que os ataques seriam só uma resposta ao uso de armas químicas por Assad, e não para mudar o rumo da guerra. Os ataques também poderiam dar aos EUA mais influência para chegar a um acordo com os russos que daria fim ao conflito, dizem alguns analistas.
“A mensagem política que um ataque manda é que a abordagem atual é completamente diferente da do governo anterior” — diz Andrew Tabler, do Washington Institute, destacando que tal manobra provavelmente aumentaria a ansiedade do regime, de um modo que os EUA poderiam usar a seu favor.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O presidente Trump é um irresponsável e ameaça a paz mundial. É sabido que os rebeldes islâmicos também dispõem de armas químicas e na semana passada as tropas sírias até destruíram um depósito deles, na província de Idleb, conforme foi noticiado. Antes de qualquer atentado, era indispensável uma investigação da ONU sobre o caso. Afinal, as armas químicas da Síria podem ser exatamente iguais às armas químicas do Iraque, que não existiam, mas os Estados Unidos e seus aliados invadiram e arrasaram o país, que nunca mais se recuperou. Esta é a realidade da macabra política externa dos EUA, que depois também se julgou no direito de destruir a Líbia, que era o país árabe de melhor distribuição de renda e justiça social. Por trás de tudo, é claro, estão sempre os interesses econômicos(C.N.)


07 de abril de 2017
Greg Jaffe
Washington Post

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