A Justiça do Paraná receberá pelo menos 38 pedidos de investigação com base nas delações da Odebrecht. Os 211 declínios de competência dos casos enviados pela Procuradoria-Geral da República a outras instâncias devem colocar pela primeira vez a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sob a mira dos procuradores da força-tarefa de Curitiba e do juiz Sérgio Moro. Dilma será investigada por suposto favorecimento ao grupo Tractebel-Suez na licitação da Usina Hidrelétrica de Jirau que, em conjunto com a Usina Hidrelétrica Santo Antônio, fez parte do Projeto Madeira. As duas usinas foram construídas no Rio Madeira, em Rondônia. Lula, por sua vez, teve mais cinco solicitações de inquéritos encaminhadas a Moro, inclusive uma que responde junto com seu filho, Luis Cláudio.
Ex-prefeitos petistas e ex-ministros de Dilma, Fernando Haddad, de São Paulo, Luiz Marinho, de São Bernardo do Campo, e o ex-ministro Alexandre Padilha também tiveram pedidos de inquéritos endereçados a Curitiba. Os donos da Odebrecht, Emilio e Marcelo Odebrecht, relataram em delação terem negociado com Lula o pagamento de caixa 2 para a campanha de Haddad à prefeitura da capital paulista, em 2012.
FILHO DE LULA – O processo com o nome de Dilma se refere a um pagamento de R$ 630 mil da empreiteira para a contratação de uma empresa de marketing para assessorar o filho de Lula num projeto que pretendia criar uma liga nacional de futebol americano. Em troca, Lula ajudaria Emílio Odebrecht na interlocução com a ex-presidente Dilma, a quem Emílio se referia como “pessimista em tudo”.
Já os pagamentos via caixa 2 para a campanha de Haddad foram destinados ao marqueteiro João Santana. Este também será alvo de mais uma investigação no Paraná. O marqueteiro ainda responde a dois processos na Justiça de Curitiba. Ele já foi condenado por Moro junto com sua mulher Mônica Moura a oito anos de prisão por lavagem de dinheiro.
O casal recebeu propina da Petrobras numa conta não declarada na Suíça. O dinheiro seria parte de pagamento de uma dívida de R$ 10 milhões da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010, não declarada à Justiça Eleitoral — o chamado “caixa 2”. Contudo, devem ter as condenações abrandadas já que firmaram delação premiada, no início do mês.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sem foro privilegiado, muitos envolvidos em corrupção caem no âmbito da República de Curitiba. Dilma, é claro, alegará sempre que não sabia de nada e jamais recebeu propina. Quanto à acusação do caixa dois na campanha e a compra/venda de medidas provisórias, a ex-presidente não terá como se safar, porque daqui a pouco a fila anda e chega a vez de pegar Erenice Guerra, sua fiel escudeira, digamos assim. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sem foro privilegiado, muitos envolvidos em corrupção caem no âmbito da República de Curitiba. Dilma, é claro, alegará sempre que não sabia de nada e jamais recebeu propina. Quanto à acusação do caixa dois na campanha e a compra/venda de medidas provisórias, a ex-presidente não terá como se safar, porque daqui a pouco a fila anda e chega a vez de pegar Erenice Guerra, sua fiel escudeira, digamos assim. (C.N.)
19 de abril de 2017
Gustavo Schmitt e Cleide Carvalho
O Globo
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