"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA ROMPE COM TEMER E LIDERA REBELIÃO DENTRO DO PMDB


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Ramalho(PMDB-MG) condena a reforma da Previdência
Vice-presidente da Câmara Federal e coordenador da bancada mineira na Casa, o deputado federal Fábio Ramalho anunciou nesta quinta-feira que irá trabalhar por um consenso entre os 53 deputados do Estado para que votem em conjunto contra o presidente Michel Temer (PMDB). A bancada ficou extremamente irritada com a decisão do chefe do Executivo de escolher Osmar Serraglio (PMDB-PR) como ministro da Justiça, preterindo nomes que possuíam maior apoio entre os mineiros, como o deputado Rodrigo Pacheco (PMDB) e o vice-procurador geral da República, José Bonifácio de Andrada.
“Eu vou coordenar a bancada agora, já que Minas não tem nenhum nome que possa ser ministro, para fazer oposição ao governo. Vamos tentar reunir os 53 deputados do Estado votando junto contra o governo”, avisou Fábio Ramalho, um aliado de muitos anos do presidente Michel Temer e que chegou a ser convidado a fazer parte de diversas missões internacionais do peemedebista.
MINAS PROTESTA – “O que estão fazendo com Minas Gerais é um abuso. É um desrespeito ao nosso Estado”, reclamou, bastante irritado, completando: “Se o governo virou as costas para Minas, nosso Estado irá virar as costas para o governo. É bom que se preparem. Agora vamos tentar votar unidos contra o governo para que eles aprendam a respeitar o tamanho de Minas e o tamanho dos mineiros. A vice-presidência da Câmara vai ser um ponto de apoio aos que não estão contentes”, bradou.
Fábio Ramalho já vislumbra o primeiro efeito negativo para o governo, a partir de um novo posicionamento da bancada. “A primeira coisa que vamos fazer é contra essa reforma da Previdência, essa vergonha que eles mandaram para a gente. Deveriam ter estudado e feito uma coisa melhor e mandaram uma reforma desastrosa. Vamos começar por aí”, disparou.
REFORMA EM RISCO – De acordo com Fábio Ramalho, a bancada quer uma reforma da Previdência, “mas não essa que eles mandaram”.
Convencer os deputados mineiros a votarem em peso contra a reforma da Previdência não deve ser tarefa tão difícil. Antes mesmo do rompimento com o governo, a avaliação majoritária no Congresso era a de que o governo foi duro demais, exagerou e enviou o projeto com pressa, sem uma discussão antecipada e sem preparar a população para o que viria pela frente. Com o governo fragilizado em termos de popularidade, parlamentares temem uma forte onda contra Temer quando a discussão começar a ganhar corpo nas Casas Legislativas.
No caso de Fábio Ramalho, a preocupação de Michel Temer pode ser redobrada. A cada saída do presidente do país, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ocupar o Palácio do Planalto, caberá ao deputado mineiro comandar a Casa. Estará em suas mãos atribuições como, por exemplo, a aceitação de um pedido de impeachment do peemedebista.
MINISTÉRIO – O nome defendido pela bancada mineira – a segunda maior da Câmara, com 53 deputados – para a Justiça era o do deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O peemedebista, porém, perdeu força para ocupar o cargo, após virem à tona críticas feitas por ele ao poder de investigação do Ministério Público. Em 2013, Pacheco se posicionou contra o poder de investigação do MP, quando a Câmara discutia PEC sobre o tema. Após protestos públicos, a proposta foi engavetada.
O rompimento de Ramalho, se levado a cabo, pode trazer complicações para o presidente Michel Temer. Como o Brasil está sem vice-presidente da República, o 1.º vice-presidente da Câmara assumirá o comando da Casa sempre que Temer viajar e o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumir a Presidência do país. Como presidente da Casa, caberá a Ramalho definir a pauta de votações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O deputado Fábio Ramalho está exagerando. Mas a reportagem traz um dado importantíssimo, a ser levado em consideração – a crescente rebelião da base aliada contra a desastrada reforma da Previdência.(C.N.)

24 de fevereiro de 2017
Ricardo Corrêa
O Tempo

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