"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

ALÉM DA DOENÇA, A SAÍDA DE JOSÉ SERRA DO ITAMARATY TEVE MOTIVOS POL,ÍTICOS


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Serra ainda sonha em se eleger para a  Presidência
Passado o impacto de seu pedido de demissão do Ministério das Relações Exteriores, já começam a ser conhecidas as outras razões que levaram o senador José Serra a deixar o cargo, além do problema na coluna. Isolado politicamente, ele disse a correligionários que sua volta ao Parlamento vai marcar seu reingresso no centro do universo político. Para esses interlocutores sua saída do Itamaraty, anunciada na noite de quarta-feira, é a diretriz correta para retomar seus projetos eleitorais.
Antes de sua saída do ministério, o senador paulista expressou seu “tédio” com o cargo que vinha exercendo. Falou de seu isolamento político, resultante de uma agenda exclusivamente de assuntos internacionais, o que o impossibilitava de exercer atividades em seu Estado. Principalmente, seu retorno ao Senado marcará a retomada de seu projeto político.
Além disso, como senador ele tem direito a manter um escritório político em São Paulo, benefício que perdeu ao assumir o ministério. Realmente, o que mais pesou, na sua decisão de se demitir foi a falta de visibilidade no cenário político nacional, por causa de um trabalho monótono para um político de sua importância e dimensão.
MUITAS DORES – Submetido a uma cirurgia no final do ano passado, se queixava de dores. Em fevereiro, após vários de exames, foi aconselhado por seu médico a evitar viagens aéreas, devido ao forte impacto causado por ocasião do pouso das aeronaves. Mesmo assim, participou da primeira reunião do G20, na Alemanha.
Na volta da reunião, expressou sua frustração que uma viagem de mais de 12 horas tenha rendido tão poucos resultados.
Segundo membros do PSDB, Serra passou a avaliar que o custo físico de sua presença no Itamaraty era bem maior do que os frutos políticos que ele obtinha como chanceler e que sua permanência no Itamaraty oferecia “poucos prós para muitos contras”.
UNIVERSO PARALELO – Um amigo do senador definiu o Itamaraty como “um universo paralelo”. Michel Temer chegou a pedir para que ele ficasse mais algum tempo no governo, e que desse um prazo para encontrar um substituto. Mas, depois de ter conhecimento do laudo médico mostrado pelo ex-chanceler, ficou convencido que sua permanência era inviável.
Serra pensou em anunciar sua saída para depois do Carnaval, mas foi aconselhado a não adiar a decisão, o que poderia resultar em vazamentos e constrangimentos a Michel Temer.
O senador José Serra fez um excelente trabalho no Itamaraty, consertando as lambanças feitas pelos governos Lula e Dilma em matéria de política exterior. Repetiu, no MRE, em matéria de gestão o reconhecido trabalho que desenvolveu quando foi ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando incentivou os genéricos. José Serra é competente e ainda tem um belo futuro político pela frente. Podem apostar.

24 de fevereiro de 2017
José Carlos Werneck

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