"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

VALE A HUMILHAÇÃO PELO STF

ALEXANDRE DE MORAES FOI 'BEIJAR A MÃO' DE RENAN, QUE O INSULTOU
MORAES BAJULA SENADOR QUE O CHAMOU DE 'CHEFETE DE POLÍCIA'


Sem pudor algum e motivados por ambições pessoais de açoitar os rumos da história que definirão o conceito de Justiça no Brasil, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) submeteram-se a um mútuo gesto de “beija mão”, nessa quarta-feira (8), no gabinete da liderança governista do Senado da República, logo após o postulante a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentar suas credenciais ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

A visita do ex-ministro ao senador que o chamou de “chefete de polícia” há menos de quatro meses provou que a humilhação serve de apelo tanto para se tornar ministro do Supremo – no caso de Moraes – como para se aproximar de quem poderá decidir pela sua culpa ou inocência nas múltiplas acusações a que responde na Operação Lava Jato – no caso de Renan.

A própria assessoria de Renan se encarregou de “vazar” à imprensa oito fotos do encontro, em e-mail que trazia como sugestão de título para uma eventual foto legenda a expressão “beija mão”.
O RÉU RECEBE QUEM VAI JULGÁ-LO NO STF

ENGOLIU ORGULHO


Nas imagens, Renan aparece mais sorridente e, com semblante mais fechado, o indicado de Michel Temer para a vaga aberta na Corte Suprema desde a morte de Teori Zavascki, mês passado.

Mas busca por reciprocidade nos rumos da Lava Jato e da sabatina do ex-ministro esteve explícita no cortejo de Moraes ao investigado Renan; e deste a quem caberá revisar seu provável julgamento.

Em busca do mais cobiçado cargo vitalício do Brasil, Moraes engoliu o orgulho por um emprego no "céu" do serviço público nacional.

Foi paparicar não apenas quem atacou seu antigo papel institucional de deixar a PF cumprir decisão judicial de busca e apreensão nas dependências do Senado, em outubro de 2016. Mas também foi beijar a mão de quem humilhou o Judiciário, ao chamar o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira de “juizeco”, por autorizar a devassa no Congresso; e bajular quem reforçou a mensagem de desrespeito, ao descumprir, dois meses depois, nova decisão do STF pelo seu afastamento da Presidência do Senado, por ser réu por peculato e não poder figurar na linha sucessória.

Alexandre de Moraes visitará os 81 senadores, mas já conquistou o voto de Renan Calheiros. E o senador alagoano já pode pensar o mesmo, após articular sua tropa de choque para a sabatina. A menos que, na liderança governista, Renan tenha como destino se tornar, para Michel Temer, o que o ex-senador petista Delcídio do Amaral foi para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).


09 de fevereiro de 2017
Davi Soares
diário do poder

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