ALEXANDRE DE MORAES FOI 'BEIJAR A MÃO' DE RENAN, QUE O INSULTOU
MORAES BAJULA SENADOR QUE O CHAMOU DE 'CHEFETE DE POLÍCIA'
Sem pudor algum e motivados por ambições pessoais de açoitar os rumos da história que definirão o conceito de Justiça no Brasil, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) submeteram-se a um mútuo gesto de “beija mão”, nessa quarta-feira (8), no gabinete da liderança governista do Senado da República, logo após o postulante a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentar suas credenciais ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
A visita do ex-ministro ao senador que o chamou de “chefete de polícia” há menos de quatro meses provou que a humilhação serve de apelo tanto para se tornar ministro do Supremo – no caso de Moraes – como para se aproximar de quem poderá decidir pela sua culpa ou inocência nas múltiplas acusações a que responde na Operação Lava Jato – no caso de Renan.
A própria assessoria de Renan se encarregou de “vazar” à imprensa oito fotos do encontro, em e-mail que trazia como sugestão de título para uma eventual foto legenda a expressão “beija mão”.
ENGOLIU ORGULHO
Nas imagens, Renan aparece mais sorridente e, com semblante mais fechado, o indicado de Michel Temer para a vaga aberta na Corte Suprema desde a morte de Teori Zavascki, mês passado.
Mas busca por reciprocidade nos rumos da Lava Jato e da sabatina do ex-ministro esteve explícita no cortejo de Moraes ao investigado Renan; e deste a quem caberá revisar seu provável julgamento.
Em busca do mais cobiçado cargo vitalício do Brasil, Moraes engoliu o orgulho por um emprego no "céu" do serviço público nacional.
Foi paparicar não apenas quem atacou seu antigo papel institucional de deixar a PF cumprir decisão judicial de busca e apreensão nas dependências do Senado, em outubro de 2016. Mas também foi beijar a mão de quem humilhou o Judiciário, ao chamar o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira de “juizeco”, por autorizar a devassa no Congresso; e bajular quem reforçou a mensagem de desrespeito, ao descumprir, dois meses depois, nova decisão do STF pelo seu afastamento da Presidência do Senado, por ser réu por peculato e não poder figurar na linha sucessória.
Alexandre de Moraes visitará os 81 senadores, mas já conquistou o voto de Renan Calheiros. E o senador alagoano já pode pensar o mesmo, após articular sua tropa de choque para a sabatina. A menos que, na liderança governista, Renan tenha como destino se tornar, para Michel Temer, o que o ex-senador petista Delcídio do Amaral foi para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
09 de fevereiro de 2017
Davi Soares
diário do poder
MORAES BAJULA SENADOR QUE O CHAMOU DE 'CHEFETE DE POLÍCIA'
Sem pudor algum e motivados por ambições pessoais de açoitar os rumos da história que definirão o conceito de Justiça no Brasil, o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) submeteram-se a um mútuo gesto de “beija mão”, nessa quarta-feira (8), no gabinete da liderança governista do Senado da República, logo após o postulante a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentar suas credenciais ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
A visita do ex-ministro ao senador que o chamou de “chefete de polícia” há menos de quatro meses provou que a humilhação serve de apelo tanto para se tornar ministro do Supremo – no caso de Moraes – como para se aproximar de quem poderá decidir pela sua culpa ou inocência nas múltiplas acusações a que responde na Operação Lava Jato – no caso de Renan.
A própria assessoria de Renan se encarregou de “vazar” à imprensa oito fotos do encontro, em e-mail que trazia como sugestão de título para uma eventual foto legenda a expressão “beija mão”.
O RÉU RECEBE QUEM VAI JULGÁ-LO NO STF |
ENGOLIU ORGULHO
Nas imagens, Renan aparece mais sorridente e, com semblante mais fechado, o indicado de Michel Temer para a vaga aberta na Corte Suprema desde a morte de Teori Zavascki, mês passado.
Mas busca por reciprocidade nos rumos da Lava Jato e da sabatina do ex-ministro esteve explícita no cortejo de Moraes ao investigado Renan; e deste a quem caberá revisar seu provável julgamento.
Em busca do mais cobiçado cargo vitalício do Brasil, Moraes engoliu o orgulho por um emprego no "céu" do serviço público nacional.
Foi paparicar não apenas quem atacou seu antigo papel institucional de deixar a PF cumprir decisão judicial de busca e apreensão nas dependências do Senado, em outubro de 2016. Mas também foi beijar a mão de quem humilhou o Judiciário, ao chamar o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira de “juizeco”, por autorizar a devassa no Congresso; e bajular quem reforçou a mensagem de desrespeito, ao descumprir, dois meses depois, nova decisão do STF pelo seu afastamento da Presidência do Senado, por ser réu por peculato e não poder figurar na linha sucessória.
Alexandre de Moraes visitará os 81 senadores, mas já conquistou o voto de Renan Calheiros. E o senador alagoano já pode pensar o mesmo, após articular sua tropa de choque para a sabatina. A menos que, na liderança governista, Renan tenha como destino se tornar, para Michel Temer, o que o ex-senador petista Delcídio do Amaral foi para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
09 de fevereiro de 2017
Davi Soares
diário do poder
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