"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

PROCESSO DE CORRUPÇÃO CONTRA RODRIGO MAIA AGORA SÓ DEPENDE DE JANOT



Polícia Federal acusa Maia operar para a OAS na Câmara
A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal relatório com as conclusões do inquérito que investigou relações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com a empreiteira OAS. No caso que está vinculado à Operação Lava-Jato, a PF sustenta haver indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A informação foi divulgada pelo Jornal Nacional e confirmada pelo Globo.
Rodrigo Maia não chegou a ser formalmente indiciado pela PF. No Supremo, os inquéritos costumam ficar sob controle do Ministério Público Federal e os atos todos precisam ser submetidos ao relator, no caso o ministro Edson Fachin. No caso da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) a PF chegou a propor seu indiciamento. A defesa questionou a legalidade da medida proposta pelo delegado do caso, mas o STF não chegou a examinar o recurso porque logo em seguida o MPF pediu abertura de ação penal e a dúvida sobre a legalidade do indiciamento perdeu sentido.
Apesar de não proporem o indiciamento de Maia, os investigadores apontaram os elementos que acreditam ser suficientes para instauração de processo contra o deputado. A decisão, no entanto, de mover ou não ação criminal contra Maia depende do Ministério Público Federal. Caberá ao procurador-geral Rodrigo Janot analisar o relatório do inquérito e decidir se já há elementos para oferecer denúncia, ou se é necessário pedir que a apuração continue.
MENSAGENS DE CELULAR – A investigação foi iniciada a partir de mensagens de celular trocadas entre Leo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, e o atual presidente da Câmara. Em nota, o presidente da Câmara afirmou que não recebeu qualquer vantagem indevida da construtora em troca de votação em projeto de lei. Ele sustentou ainda que, nos cinco mandatos como deputado federal, sempre voltou “de acordo com orientação da bancada ou com a própria consciência”.
Segundo a Polícia Federal, Rodrigo Maia prestou “favores políticos” e defendeu interesses da OAS no Congresso em 2013 e em 2014. Os investigadores citam a apresentação de uma emenda à medida provisória que definia regras para a aviação regional. O texto, segundo informou o JN, teria beneficiado a construtora.
PAI E FILHO – O relatório afirma ainda que Rodrigo Maia teria pedido à empreiteira doações para campanhas eleitorais no valor de R$ 1 milhão em 2014. Esses recursos, segundo revelou o JN, teriam sido repassados à campanha do pai do presidente da Câmara, César Maia, ao Senado. As doações foram registradas na Justiça Eleitoral, mas os investigadores sustentam que a doação seria uma forma de esconder a origem ilícita dos recursos. No relatório final, a PF afirma que há “fortes indícios” da prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para a Polícia Federal, “não restam dúvidas da atuação clara, constante e direta” de Maia na defesa de interesses da OAS no Congresso Nacional.
A PF aponta, ainda, que há “indícios suficientes” de que Maia praticou atos entre 2013 e 2014 para beneficiar a OAS, atuando “como uma espécie de representante da empresa” na Câmara.
CONFIRMAÇÃO – “Com base em toda a prova colhida no decorrer da presente investigação, logrou-se êxito em confirmar integralmente a hipótese inicial aventada, qual seja, a de que o deputado federal Rodrigo Maia efetivamente praticou diversos atos na defesa de interesses da Construtora OAS, durante os anas de 2013 e 2014, tendo, em contrapartida, solicitado doações eleitorais ao presidente da pessoa jurídica, José Aldemário Pinheiro Filho [Léo Pinheiro]”, diz a PF, segundo o JN.
Como é presidente da Câmara, Rodrigo Maia só pode ser julgado pelo plenário do STF. Portanto, seu caso não ficará restrito à Segunda Turma do Supremo, que é composta por apenas cinco ministros. No plenário, Fachin é o relator. O novo ministro indicado por Michel Temer, Alexandre de Moraes, é o revisor.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Às vésperas do Carnaval, também cai a máscara de Rodrigo Maia, que é destaque no Bloco dos Sujos liderado por Michel Temer para inviabilizar a Lava Jato. Quanto a Eunício Oliveira, que estava se fantasiando de Renan, vai desfilar mesmo com a velha fantasia de “Indio”, paga pela Odebrecht. (C.N.)


09 de fevereiro de 2017
Jailton de Carvalho e Júnia Gama
O Globo

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