No governo, sabe-se que o conteúdo completo das delações da Odebrecht causará um abalo sísmico sem precedentes na política. Análises do potencial de dano convergem para o mesmo ponto: a delação do executivo Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora, não aniquila de vez só o PMDB do Rio, levando o governador Luiz Pezão ao encontro de seu criador, Sérgio Cabral. Ela vai arrastar de roldão governadores de vários Estados e múltiplos partidos.
Era Benedicto Júnior que “cuidava” das obras estaduais. Já Marcelo Odebrecht se concentrava na “cúpula” da política nacional: Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer puxam o bloco.
EIKE E CABRAL – Alvejado pela operação Eficiência graças ao pagamento de propina para Sérgio Cabral e seu grupo, Eike Batista se queixava a amigos da avidez com que era demandado pelo peemedebista. “Virei uma espécie de bombeiro do Cabral, qualquer incêndio ele me chama para apagar”, disse o empresário a um interlocutor ainda nos tempos das vacas gordas do Grupo X.
E na área do PSDB, Paulo Preto recua na intenção de fazer colaboração judicia. Levado ao centro da Lava Jato pelas delações da Odebrecht e pelo “recall” dos acordos de outras empreiteiras, como Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa na gestão José Serra, foi dissuadido por ora de fazer delação premiada por seu advogado, o ex-procurador da República José Roberto Santoro, após extrema pressão de tucanos paulistas de alta plumagem.
02 de fevereiro de 2017
Vera Magalhães
Estadão
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