Dia desses li que a poluição do ar está relacionada a 550.000 mortes prematuras somente na Europa. São pessoas em idade produtiva, cujas vidas se encerram prematuramente por conta de doenças cardíacas, câncer etc.
Retiremos da equação o aspecto humano, e fiquemos apenas com o material. Será quando constataremos, abismados, que estas mortes custam ao continente europeu, a cada ano, nada menos que 115 bilhões de Euros.
Decidi pesquisar mais sobre o tema. Descobri que, apenas em 2013, a poluição do ar - e só ela - tirou a vida de 5,5 milhões de pessoas. Vamos aos custos econômicos desta mortandade: 1% do PIB planetário, consideradas as perdas em produtividade, gastos com tratamentos etc.
Mas voltemos ao aspecto humano. Segundo constatado pelo UNICEF, os "poluentes não se limitam a causar danos aos pulmões em desenvolvimento das crianças - eles podem se infiltrar no sistema vascular cerebral, causando danos permanentes ao cérebro".
São elas, as crianças inocentes, por tantos maus cinicamente apontadas como "o nosso futuro", as principais vítimas desta poluição assassina.
Só em mortes, desconsiderados os casos de doenças crônicas, foram 658.000 em 2012, conforme estimativa da OMS (crianças com menos de cinco anos de idade).
Diante destes dados, fiquei a recordar uma pesquisa divulgada, nos idos de 2008, pelo IBGE, segundo a qual Vitória apresenta uma quantidade de enxofre no ar superior à de São Paulo - nesta, oito microgramas por metro cúbico de ar, contra dez daquela.
Passados uns oito anos, li na imprensa que "o médico Luiz Werber Bandeira, chefe da área de Imunologia Clínica e Experimental da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, é definitivo ao afirmar que nenhum dos moradores da Grande Vitória ficará livre de doenças produzidas pela poluição do ar".
Destas moléstias, esclarece, "80% são cardiovasculares; o restante se divide entre doenças pulmonares crônicas, infecções respiratórias agudas e câncer de pulmão".
Pois é. A esta altura, algum desavisado poderia imaginar que o título deste texto é relativo ao odor característico do enxofre. Nada mais falso.
Diante destes dados, fiquei a recordar uma pesquisa divulgada, nos idos de 2008, pelo IBGE, segundo a qual Vitória apresenta uma quantidade de enxofre no ar superior à de São Paulo - nesta, oito microgramas por metro cúbico de ar, contra dez daquela.
Passados uns oito anos, li na imprensa que "o médico Luiz Werber Bandeira, chefe da área de Imunologia Clínica e Experimental da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, é definitivo ao afirmar que nenhum dos moradores da Grande Vitória ficará livre de doenças produzidas pela poluição do ar".
Destas moléstias, esclarece, "80% são cardiovasculares; o restante se divide entre doenças pulmonares crônicas, infecções respiratórias agudas e câncer de pulmão".
Pois é. A esta altura, algum desavisado poderia imaginar que o título deste texto é relativo ao odor característico do enxofre. Nada mais falso.
Seja ele, antes, um alerta aos tantos que, por ação ou omissão, vitimam impunemente toda uma população indefesa há décadas, esquecendo-se de que as coisas da vida passam, e passam muito depressa...
17 de dezembro de 2016
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
17 de dezembro de 2016
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário