"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

GOVERNO DO DF: ENTRE ESCORPIÕES E BARATAS

A política de zoonoses do do governo do DF (GDF), a cargo da Secretaria de Saúde, está doente. E isso pode ser apenas a ponta do iceberg: talvez todo o GDF esteja moribundo.

Tenho dados concretos para testemunhar essa situação. No ano de 2015, encontrei por 4 vezes escorpiões em minha casa (com filha aprendendo a engatinhar). Tentando seguir o manual do bom cidadão, percorri uma via crucis até encontrar um telefone que atendesse. Era um celular de um técnico, passado a mim por uma servidora que tinha atendido ao telefone fixo do órgão responsável. “Quantos escorpiões“? “Dois que matei”. Aí tomei um sermão por mata-los, a teoria era de que eu tinha que pega-los vivos para colaborar com a Secretaria. Além do pito, deu as mesmas dicas do google: matar as baratas que possam circular na caixa de gordura. Apesar de alertá-lo que já havia feito periódicas dedetizações e não havia resquício de baratas, nada mais me foi dito, nem ousei perguntar. No segundo episódio, veio a minha casa ao meio dia um servidor bêbado (fiz a devida notificação na ouvidoria, sem qualquer resposta até o momento) que começou a soltar gracinhas para uma funcionária minha. De pronto mandei-o embora. Conversei com vizinhos e somente na minha casa foram achados escorpiões. As pessoas sempre me alertavam da necessidade de avisar a zoonose para o controle da multiplicação de escorpiões. Continuei tentando.

Nesse ano já foram dezesseis escorpiões. Em todas as oportunidades tentei falar com a zoonose do GDF. Tenho protocolos de site, ouvidoria, mas o telefone específico não atende mais. Falei com um deputado distrital que disse que iria falar com o Secretário de Saúde, pois este problema não era meu, mas da região, caso se confirme termos um foco de multiplicação de escorpiões em região densamente povoada. Certeza que o deputado está sem moral, pois nada ainda de visita da zoonose. Até o Exercito já bateu duas vezes atrás do famigerado aedes. O GDF, em coma.

Nessa minha insistência em ser um cidadão solidário com a vida comunitária, avisei os vizinhos, comprei lanternas para caçar escorpiões a noite, dedetizei não somente a minha casa e terreno seis vezes nesse ano, mas também bueiros públicos e bocas de lobo das redondezas. Baratas - a explicação preguiçosa do GDF - parecem não ser a única razão do problema.

Na tentativa de evitar tragédias com crianças, me sinto como a sociedade brasiliense, tentando fazer a minha parte ante ao travamento total do GDF. A Gerência Ambiental de Vigilância de Vetores de Animais Peçonhentos, vinculada a Secretaria de Saúde, é o fiel espelho do GDF: não funciona.

O Secretário Humberto Lucena Pereira da Fonseca parece ser pessoa séria. Não acredito em fofocas já publicadas, sobre fortuna no exterior etc. Creio na sua seriedade. Mas acredito, por outro lado, que ele deve confiar muito nos escorpiões, ante ao tratamento que dá a esse problema. Ou as baratas da caixa de gordura da Secretaria de Saúde estão devidamente domesticadas. O tempo vai dizer se no GDF é caso de focar nos escorpiões ou nas baratas. Até lá, é começar a dedetizar a política.


29 de novembro de 2016
Rafael Favetti

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