O empresário Fernando Cavendish afirmou, em sua defesa na Operação Saqueador, que a empreiteira Delta foi “responsável por uma economia milionária aos cofres públicos”. Cavendish e mais 22 investigados, entre eles o contraventor Carlinhos Cachoeira, são réus em ação penal por suposta lavagem de R$ 370 milhões.
O documento de defesa de Cavendish tem 60 páginas e é subscrito pelos advogados Antônio Sérgio de A. Moraes Pitombo, Julia Tomaz Sandroni, Daniel Ribeiro da Silva Aguiar e Felipe Padilha Jobim.
Um capítulo da peça, de 22 de julho, é intitulado “A verdade por trás do sucesso da Delta: alta competitividade aliada a preços praticados abaixo do mercado.” O trecho aponta para empreiteiras investigadas na Lava Jato.
“O crescimento da empresa a alavancou à sexta posição no ranking das maiores empresas de construção brasileiras. Durante essa época, entretanto, a Delta foi fortemente hostilizada pelas cinco maiores empreiteiras do país – as quais mantiveram um verdadeiro cartel e trouxeram inestimáveis prejuízos à Administração Pública, como descortinado pela Operação Lava-Jato -, sendo impedida de participar de projetos de grande porte”, diz o texto.
FORA DO CARTEL – “A restrição imposta é notória ao se analisar que, durante todo o tempo em que a empresa esteve entre as maiores do Brasil, não participou das grandes obras do país, nos segmentos de energia, hidrelétricas, metroviário, ferroviária, aeroportuário, portos e estaleiros e, principalmente, relativas a contratos com a Petrobras. O cartel formado pelas gigantes Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão não permitiu”, sustenta a defesa.
Os advogados de Cavendish são taxativos. “A razão dos entraves criados à companhia do requerente (Fernando Cavendish) residia na sua diferenciada forma de atuação, baseada em preços extremamente competitivos e capacidade operacional diferenciada, desvinculando-se da cultura há décadas defendida pelas construtoras tradicionais. A combativa atuação, com a entrega de obras abaixo do preço de mercado, se traduzia em verdadeira ameaça às gigantes empreiteiras, sendo responsável por uma economia milionária aos cofres públicos.”
Na Saqueador, o Ministério Público Federal investigou a atividade da Delta e constatou que, entre 2007 e 2012, a empresa teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas públicas, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Desse total, segundo a Procuradoria, mais de R$ 370 milhões foram lavados, por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados “operadores” do esquema.
LAVAGEM DE DINHEIRO – Carlinhos Cachoeira e os lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud eram os responsáveis por criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos públicos, por meio de contratos fictícios, que eram sacados em espécie, para o pagamento de propina a agentes públicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, Fernando Cavendish é apontado, pelo vínculo societário com a Delta, como “líder de uma quadrilha instalada na empresa, para, supostamente, lavar capitais oriundos de delitos em face da administração pública”.
Os advogados de Cavendish pedem sua “absolvição sumária” dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
PUBLICIDADE MALDOSA – No documento, os advogados citaram ainda “a publicidade maldosa e excessiva das investigações voltadas a perquirir as suspeitas de contravenção penal por parte do co-réu Carlos Augusto de Almeida Ramos (o Carlinhos Cachoeira), em 2012”.
“A partir de então, as grandes empreiteiras conseguiram vincular à Delta a imagem de uma empresa inescrupulosa, cujo crescimento teria se dado tão somente em face de práticas ilícitas”, afirmou a defesa. “Atualmente, a empresa Delta existe tão somente para gerir contingências fiscais e judiciais anteriores à mencionada alienação. O requerente, antes executivo de uma das maiores construtoras do Brasil, é, hoje, um gestor das dívidas e créditos do que restou da antiga Delta. Como se vê, a publicidade opressiva foi responsável por arruinar a sexta maior empresa de construção civil do País, conforme almejaram suas concorrentes, hoje investigadas na ‘Operação Lava-Jato’.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao ler a pungente defesa de Cavendish, a gente até fica com pena dele. Só faltou dizer que o empresário não conhecia Sérgio Cabral, não era da “turma do guardanapo”, jamais foi a Paris e também não estava se tornando concunhado do então governador, que abandonara a mulher para se unir a Fernanda Kfouri, irmã de Jordana, mulher de Cavendish. As duas morreram num acidente de helicóptero em 2011, em Porto Seguro. Cabral, que as acompanhava para um fim de semana comemorativo, escapou da tragédia e rapidamente voltou para a primeira mulher, com medo do escândalo. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)
“O crescimento da empresa a alavancou à sexta posição no ranking das maiores empresas de construção brasileiras. Durante essa época, entretanto, a Delta foi fortemente hostilizada pelas cinco maiores empreiteiras do país – as quais mantiveram um verdadeiro cartel e trouxeram inestimáveis prejuízos à Administração Pública, como descortinado pela Operação Lava-Jato -, sendo impedida de participar de projetos de grande porte”, diz o texto.
FORA DO CARTEL – “A restrição imposta é notória ao se analisar que, durante todo o tempo em que a empresa esteve entre as maiores do Brasil, não participou das grandes obras do país, nos segmentos de energia, hidrelétricas, metroviário, ferroviária, aeroportuário, portos e estaleiros e, principalmente, relativas a contratos com a Petrobras. O cartel formado pelas gigantes Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e Queiroz Galvão não permitiu”, sustenta a defesa.
Os advogados de Cavendish são taxativos. “A razão dos entraves criados à companhia do requerente (Fernando Cavendish) residia na sua diferenciada forma de atuação, baseada em preços extremamente competitivos e capacidade operacional diferenciada, desvinculando-se da cultura há décadas defendida pelas construtoras tradicionais. A combativa atuação, com a entrega de obras abaixo do preço de mercado, se traduzia em verdadeira ameaça às gigantes empreiteiras, sendo responsável por uma economia milionária aos cofres públicos.”
Na Saqueador, o Ministério Público Federal investigou a atividade da Delta e constatou que, entre 2007 e 2012, a empresa teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas públicas, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões. Desse total, segundo a Procuradoria, mais de R$ 370 milhões foram lavados, por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos chamados “operadores” do esquema.
LAVAGEM DE DINHEIRO – Carlinhos Cachoeira e os lobistas Adir Assad e Marcelo Abbud eram os responsáveis por criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos públicos, por meio de contratos fictícios, que eram sacados em espécie, para o pagamento de propina a agentes públicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, Fernando Cavendish é apontado, pelo vínculo societário com a Delta, como “líder de uma quadrilha instalada na empresa, para, supostamente, lavar capitais oriundos de delitos em face da administração pública”.
Os advogados de Cavendish pedem sua “absolvição sumária” dos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
PUBLICIDADE MALDOSA – No documento, os advogados citaram ainda “a publicidade maldosa e excessiva das investigações voltadas a perquirir as suspeitas de contravenção penal por parte do co-réu Carlos Augusto de Almeida Ramos (o Carlinhos Cachoeira), em 2012”.
“A partir de então, as grandes empreiteiras conseguiram vincular à Delta a imagem de uma empresa inescrupulosa, cujo crescimento teria se dado tão somente em face de práticas ilícitas”, afirmou a defesa. “Atualmente, a empresa Delta existe tão somente para gerir contingências fiscais e judiciais anteriores à mencionada alienação. O requerente, antes executivo de uma das maiores construtoras do Brasil, é, hoje, um gestor das dívidas e créditos do que restou da antiga Delta. Como se vê, a publicidade opressiva foi responsável por arruinar a sexta maior empresa de construção civil do País, conforme almejaram suas concorrentes, hoje investigadas na ‘Operação Lava-Jato’.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao ler a pungente defesa de Cavendish, a gente até fica com pena dele. Só faltou dizer que o empresário não conhecia Sérgio Cabral, não era da “turma do guardanapo”, jamais foi a Paris e também não estava se tornando concunhado do então governador, que abandonara a mulher para se unir a Fernanda Kfouri, irmã de Jordana, mulher de Cavendish. As duas morreram num acidente de helicóptero em 2011, em Porto Seguro. Cabral, que as acompanhava para um fim de semana comemorativo, escapou da tragédia e rapidamente voltou para a primeira mulher, com medo do escândalo. Como dizia Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe. (C.N.)
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