"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

WALDIR MARANHÃO, O DEPUTADO VETERINÁRIO, FEZ PAPEL DE UM JEGUE-BIOMBO


Maranhão se torna uma figura cada vez mais caricata

















A situação é muito estranha.  O conjunto dos fatos quase inacreditável.  Primeiro, o veterinário Waldir Maranhão (PP-MA) – atualmente no papel de presidente interino da Câmara – rejeitou a colaboração dos juristas de ofício e foi contra a análise já feita pelos técnicos legislativos da Mesa Diretora. Depois, foi “consultar” vários aliados da presidente Dilma Rousseff sobre como manobrar e  reverenciar o pedido feito pelo governo através do ministro José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, para suspender o processo de impeachment.
Estranhamente, um dos “consultados” foi, exatamente, o ministro Cardozo.  Os outros foram o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) e o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, através de seu chefe de gabinete. 

Por mera coincidência, todos eles estão no seleto grupo dos principais articuladores do governo contra o impeachment, sendo que Flávio Dino tem assumido o papel de mobilizar políticos de vários partidos contra o impeachment.
DE CARONA NO JATINHO
Nada mais estranho que Flávio Dino ter viajado para Brasília, supostamente de “carona”, no domingo, no mesmo avião de Waldir Maranhão.  Aliás, jatinho da FAB, pago pela viúva, que recorre aos bolsos dos contribuintes para fazer face a essas despesas de alto interesse público.
Ao chegar em Brasília  – aquela capital que é longe do Brasil real –  os dois foram diretamente , sem perder tempo, para a casa do vice-líder do governo, deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE), que já os esperava com apetitoso jantar.
Por mais inusitado que possa parecer, José Eduardo Cardozo, responsável por defender Dilma Rousseff no processo de impeachment, também era um dos comensais e participou do encontro reservado.
REDIGINDO O ATO…
Nesse festivo jantar político-reservado de membros da alta cúpula contra o impeachment, fica difícil acreditar que não tenha sido decidido o ato (e o texto) que seria assinado pelo veterinário presidente interino da Câmara, anulando as sessões do impeachment.
Reforça essa descrença o fato consumado de que a decisão de Waldir Maranhão foi entregue à Secretaria por assessores do deputado no início da manhã de segunda-feira, já assinada e pronta para publicação no Diário da Câmara.
Porém, qual o verdadeiro objetivo desse conjunto de fatos consumados em ritmo batido, acelerado? 
Está na cara: a intenção era ocupar o espaço na mídia na véspera da votação da MP 703, que esvazia o papel do Ministério Público e adota medidas lenientes no que diz respeito a formação de cartel, enfim, procura proteger as empresas e empresários que financiaram as campanhas de Lula, Dilma, o PT e comparsas.
UM JEGUE-BIOMBO
O deputado veterinário se prestou ao papel de jegue-biombo por um dia, pois ao anoitecer já tinha revogado seu ato, em surreal documento enviado para sua própria pessoa.  
A missão estava cumprida.

11 de maio de 2016
Celso Serra

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