"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

SURGE UMA LUZINHA NO FINAL DO TÚNEL


Entendo que um Administrador tenha como tema principal definir e priorizar o que é indispensável a ser realizado de modo realista e sustentável. 
Neste momento, o Brasil apresenta uma lista enorme de problemas que estão em busca de soluções concretas, já que vivemos uma crise que possivelmente poderá ser definida como a pior da história recente.

Atualmente, o humor do País encontra-se em péssimo estado, pois existe há algum tempo uma enorme massa de más notícias que vem sendo disseminada nos seus quatro cantos. 

É necessário que o cenário mude primeiro para o humor mudar depois, pois uma coisa é decorrência da outra. Torna-se imprescindível que se criem condições capazes de sinalizar para a sociedade que a Nação vai buscar as correções que são indispensáveis.

Existem dois pontos fundamentais para que ela encontre um destino promissor para seu crescimento econômico de longo prazo: o primeiro é promover urgentemente as reformas estruturais e, o outro, reduzir o tamanho do Estado.

Este novo governo que está chegando tem que assumir o Planalto com um discurso transparente e bem focado nas prioridades, buscando o entendimento político e o redirecionamento da nossa economia, completamente destruída por esta seita criminosa que está sendo expulsada dos domínios brasileiros pelos votos congressuais, fato que está sendo comemorado por uma notável maioria das pessoas que votaram na última eleição majoritária de 2014.

A assunção de Michel Temer à Presidência mostra um fato promissor - há muito tempo não se vê um político chegar com evidentes chances para começar a endireitar este país. 
Não assumiu compromisso de campanha, torna-se o mais alto mandatário com independência e não há por que se preocupar com a reeleição em 2018. 
Para isso, é necessário ter uma equipe de notáveis e intocáveis, evitando convidar para ocupar cargos na nova administração os citados na Lava-Jato, assim como reduzir substancialmente o número de ministérios, para não dar uma triste sensação de um “déjà vu” que pode enquadrar este novo governo no “futuro pretérito”.

No meu íntimo, acredito que teremos algumas melhoras, porque, se piorar mais, onde chegaremos? Acredito que já estamos no limite! Temos que cultivar um pouco de paciência, alimentando um pensamento positivo, pois a grande transformação, pelo visto, somente acontecerá a partir de 2018. 
Com esta troca de cadeiras surgem novas esperanças, deixando-nos um sentimento de que algo de positivo possa vir a acontecer no redirecionamento para uma nova política macroeconômica. 
Para colocar a economia novamente em trajetória de crescimento é inevitável que se tenha o diagnóstico preciso para que seja possível atuar nas causas dessa dinâmica negativa.

É possível que isso traga um novo clima de sinergia para a sociedade, ao permitir que o segmento empresarial retire das prateleiras empoeiradas dos porões das suas organizações seus planos adormecidos, procurando enxergar um futuro de forma mais produtiva. 
É possível até que esta mudança ainda não favoreça nosso amplo e debilitado ambiente de negócios. Mesmo assim, ela, com certeza, deverá chegar trazendo benefícios e soprando um vento bem mais ameno para um breve porvir.

Não resta a mínima dúvida de que o ajuste fiscal é imprescindível, tendo em vista o equilíbrio das contas públicas e, consequentemente, o impulso a ser dada a uma economia que se encontra plenamente estagnada. 
É necessário também, que esta equalização se proceda pelo enxugamento literal das despesas, evitando-se a elevação dos impostos, como tem sido a prática usual, tomada como se fosse a derradeira e única solução. 

Aumentar impostos, neste recessivo momento que atravessamos, só deverá ser cogitado em caso de um ajuste de curtíssimo prazo, já que, de outra maneira, jamais trará benefícios duradouros. 
O empresariado anseia por uma significativa contrapartida, do ponto de vista do corte das despesas governamentais. Tudo indica que o novo mandatário está inclinado a olhar as despesas públicas com determinação e total responsabilidade.

No ano passado, li com atenção o documento “Uma ponte sobre o Futuro”, um ideário do PMDB divulgado amplamente na mídia. 
Agrada-me imensamente uma das suas propostas - a de se ter um Estado menor, bem mais enxuto. Julgo não ser essa uma solução exclusiva para este momento, mas uma consistente linha de pensamento para um novo horizonte, no qual o longo prazo é levado em consideração. 

Tivemos recentemente um exemplo deste desgoverno petista de inúmeras intervenções do Estado em nossa economia, as quais foram indiscutivelmente desastrosas e deixaram trágicas consequências. 
O Brasil encontra-se inteiramente carente de ser menos Estado e ser mais livre e soberano na condução da sua economia, sem que haja confusão com a fatal “liberalidade” de um fundamento ideológico de conotação verdadeiramente irresponsável e populista, como já tivemos o desprazer de vivenciar recentemente.

Esta seita petista que acaba de ser expurgada conseguiu até provar ao povo brasileiro que as estratégias direcionadas às benesses individualizadas nunca contribuíram essencialmente com a nossa economia. 
Mais uma vez, deixou uma ilusão no âmbito do curto prazo; inicialmente aconteceu um alívio, nada mais que um alento suplementar, mas não construiu uma conjuntura estrutural de crescimento e desenvolvimento. 

É necessário compreender que a forma verdadeira de se produzir riqueza é feita por meio da geração de oportunidades de empregos. Só assim, o desenvolvimento conseguirá ser perpetuado.

Existem, a meu ver, outros pontos relevantes que precisam ser atacados. As reformas política e da Previdência oficial, a flexibilização das leis do trabalho com o objetivo de propiciar mais oportunidades aos indivíduos, a questão tributária, pois hoje existe uma elevação na carga, tanto federal quanto estadual. 
Essas reformas precisam ocorrer com a máxima celeridade, no entanto perguntamos “quando elas vão acontecer”? Será que elas só irão ser realizadas quando todo mundo se conscientizar de que se trata de uma questão de sobrevivência do Brasil?

Desequilíbrios acumulados ao longo dos últimos anos não serão resolvidos em poucos meses. Mas retomar de imediato o rumo correto deve atingir favoravelmente e com relativa rapidez a credibilidade perdida e as expectativas de empresários, investidores e consumidores. 
Somente assim, será possível retornar os investimentos, voltar a gerar empregos e elevar renda e consumo, criando uma nova dinâmica positiva na economia.

Em resumo, com determinação, trabalho duro e seriedade exemplar, o Brasil terá todas as condições de vencer esta grave crise e retomar o caminho do desenvolvimento sustentável que todos desejamos e merecemos. Isso, com certeza, pode e deve unir a Nação.

11 de maio de 2016
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).




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