Depois da denúncia publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na edição de sábado, revelando que o sítio em Atibaia e o triplex foram decorados com móveis planejados de grife, comprados numa loja da Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, e foram pagos pela construtora OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras, o Jornal Nacional exibiu nesta quarta-feira os pedidos de compra e as notas fiscais.
Uma das notas fiscais, emitida a 12 de novembro de 2014, tem valor de R$ 78.800. O endereço de entrega é o Edifício Solaris, na praia das Astúrias, no Guarujá. O comprador foi a Construtora OAS. Segundo as investigações, a sofisticada cozinha foi entregue no triplex 164-A. A instalação dos móveis foi feita depois de uma reforma bancada pela OAS, entre abril e setembro de 2014. O empreiteiro que fez a obra diz que ela custou R$ 770 mil.
O Ministério Público investiga outra compra de móveis, para o sítio em Atibaia, muito frequentado pela família do ex-presidente Lula nos fins de semana. Segundo a investigação, assim como no Guarujá, a OAS pagou pela cozinha planejada e aos eletrodomésticos no sítio. O pedido de compra foi em 13 de março de 2014. Além da cozinha planejada de R$ 28 mil, refrigerador de R$ 9,7 mil lava-louças de R$ 9,1 mil, forno elétrico de R$ 10,1 uma bancada de R$ 43 mil e outros ítens. O valor total da compra foi de R$ 130 mil.
No local do endereço na nota consta Sítio Santa Bárbara, e a nota fiscal está em nome de Fernando Bittar, oficialmente um dos donos do sítio em Atibaia ao lado de Jonas Suassuna. Os dois são sócios de Fábio Luiz Lula da Silva, filho do ex-presidente.
O que os promotores querem saber por que a construtora OAS pagou por uma compra feita por Fernando Bittar. A construtora OAS não quis comentar o assunto. O Instituto Lula não respondeu às perguntas da reportagem. O JN não conseguiu falar com Fernando Bittar.
TIRANDO O CORPO FORA
Ninguém consegue encontrá-lo, apesar de estar sendo procurado desesperadamente pelo Ministério Público e por repórteres de toda a grande mídia. O outro sócio, Jonas Suassuna, que também está sumido, chegou a dar declaração há duas semanas, dizendo que sua parte no sítio nada tem a ver com a presença de Lula e sugerindo que Fernando Bittar fosse procurado.
Ou seja, tirou o corpo fora, mas também está envolvido, porque o sítio “oficialmente” pertence aos dois e não foi objeto de divisão de área em cartório e no registro de imóveis de Atibaia. Segundo a IstoÉ, Suassuna tem carreira solo de empresário bem-sucedido e sua relação com o sócio Fábio Luís Lula da Silva estaria estremecida.
Detalhe importante: Lulinha, o “Fenômeno”, mora de graça num luxuoso apartamento de Suassuna, no bairro da Moema. Em sociedade, tudo se sabe, como dizia Ibrahim Sued.
04 de fevereiro de 2016
Carlos Newton
Nenhum comentário:
Postar um comentário