A presidente Dilma Rousseff se recusou a responder diretamente se a última fase da Lava Jato, deflagrada nesta quarta (27), se aproxima do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e disse que são levantadas “acusações e insinuações” contra o petista. “Eu me recuso a responder perguntas desse tipo porque se levantam acusações, se levantam insinuações e não me diz por que, como, quando, onde, e a troco do que”, disse a presidente, ao deixar a IV Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos), em Mitad del Mundo, nos arredores de Quito.
“Se alguém falasse a respeito de qualquer um de nós aqui: ‘a nova fase da Lava Jato levanta suspeita sobre você’, e você não soubesse sobre o que é a suspeita, como é a suspeita e de onde vem a suspeita, você não acharia extremamente incorreto do ponto de vista do respeito?”, completou, visivelmente irritada.
Dilma disse que “houve um grande avanço no mundo civilizado” e que hoje “o ônus da prova é de quem acusa”.
“Acho que foi a partir da Revolução Francesa [1789-1799], se não me engano, foi com o Napoleão [1804-1814 e 1815], que (…), ao contrário do mundo medieval, o ônus da prova passa a ser de quem acusa. Daí por isso o inquérito, daí por isso toda a investigação”, afirmou.
Questionada se a Lava Jato afeta a economia do país, a presidente respondeu apenas: “O FMI [Fundo Monetário Internacional] acha. Eu acho que vcs devem perguntar ao FMI.”
Dilma deixou a sede da Unasul antes mesmo de realizar seu discurso na plenária, prevista para a tarde.
O CASO DO TRIPLEX
A 22ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta quarta e intitulada “Triplo X”, apura suspeitas de corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Procuradores da operação afirmaram que todos os apartamentos do condomínio Solaris, em Guarujá (SP), são alvo da Lava Jato na investigação de um esquema de offshores criadas para enviar ao exterior dinheiro desviado da Petrobras.
No condomínio, que começou a ser construído pela Bancoop e depois foi assumido pela OAS, havia reservado um triplex para a família de Lula, que depois acabou desistindo do negócio.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A coisa está feia para a família Lula da Silva. Além do Ministério Público de São Paulo, também a Procuradoria da República (Regional Paraná, nada a ver com Rodrigo Janot) aperta o cerco ao enriquecimento ilícito de Lula e à lavagem de dinheiro através de ocultação de patrimônio. Falta investigar também o sítio em Atibaia, onde Lula guarda num galpão climatizado milhares de garrafas de vinhos estrangeiros, que ilegalmente surrupiou da adega presidencial, porque só poderia aceitar presentes até 100 dólares e ele levou na mudança até uma peça de arte caríssima, de ouro com safiras, que recebeu de um potentado árabe. Dilma ficou tão desorientada ao receber a notícia da operação Triplo X que saiu à francesa da importante reunião da Unasul. (C.N.)
28 de janeiro de 2016
Deu na Folha
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