"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

ODEBRECHT FEZ OBRA EM SÍTIO LIGADO A LULA, AFIRMA FORNECEDORA

EMPREITEIRA TERIA COMPRADO R$ 500 MIL EM MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

ENGENHEIRO DA ODEBRECHT CONFIRMOU À FOLHA DE S. PAULO TER ATUADO EM OBRA DE SÍTIO USADO POR LULA

A ex-dona do Depósito Dias, uma loja de materiais de construção, Patrícia Fabiana Melo Nunes, afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que a empreiteira Odebrecht realizou a maior parte das obras de reforma em um sítio frequentando pelo ex-presidente Lula e sua família em Atibaia(SP).

Segundo ela, os trabalhos no sítio foram coordenados pelo engenheiro da empreiteira Frederico Barbosa e que, durante dois meses, ele ia todos os dias ao local. Questionado pela reportagem, ele confirmou que trabalhou na reforma, mas disse que estava de férias da Odebrecht à época e que prestou o serviço de graça, mesmo sem saber, segundo ele, que Lula tinha ligação com o local.

A propriedade de 173 mil m² está dividida em dois lotes: um pertence ao empresário Jonas Suassuna e o outro ao também empresário Fernando Bittar. Ambos são sócios, em diferentes empresas, de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do e­­x-presidente. A reforma, iniciada em outubro de 2010, dois meses antes de o petista deixar o Palácio do Planalto, teria envolvido a construção de uma área com churrasqueira, ampliação da piscina e da casa.

Os pagamentos do material de construção, segundo a comerciante que forneceu os produtos para a reforma, foram feitos pela Odebrecht. Ela estima que a empreiteira gastou cerca de R$ 500 mil só em materiais para a obra. “A gente diluía esse valor total em notas para várias empresas, mas para mim todas elas eram Odebrecht”, afirmou à Folha, ao explicar que o próprio engenheiro pediu para que ela alterasse o nome da construtora.

Patrícia também afirmou que, como não havia sinal de internet no sítio, ela cedeu uma mesa no estabelecimento para Igenes Irigaray, arquiteto de Dourados (MS) responsável pela reforma. Segundo reportagem da revista Veja publicada no ano passado, a indicação do arquiteto teria sido feita pelo pecuarista José Carlos Bumlai, preso e investigado por supostamente ter obtido vantagens indevidas em função da proximidade com Lula, e a empreiteira OAS também teria atuado na reforma. Um caminhoneiro ouvido pela revista disse que o engenheiro que cuidava da obra tinha trabalhado no estádio do Corinthians e que era pago em dinheiro em espécie.

A Folha de S. Paulo também ouviu o marceneiro Antônio Carlos Oliveira Santos, que trabalhou na obra e que era a Odebrecht a empreiteira responsável pelo projeto. Ele disse ter ouvido falar que o sítio seria de Lula e que se relacionava diretamente com Frederico Barbosa.

A Odebrecht disse que, após apuração preliminar, não identificou relação da empresa com as obras. Lula não quis comentar o caso.



29 de janeiro de 2016
diário do poder

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