Aos olhos da estudante Liliana Rodrigues, de 14 anos, que cursa o 9º ano da Escola Municipal Jorge Amado, em Salvador, a corrupção ‘não é difícil de ver’. Também não é um problema exclusivo de políticos: “Todos nós somos corruptos.” Liliana venceu um concurso de redação lançado pelo Ministério Público Federal, da Bahia, na unidade escolar, com o tema “Corrupção, Não!”.
“Evidentemente que no mundo de hoje existe muita corrupção, mas não são só os políticos, não, engana-se quem acha que são eles que praticam a corrupção, nós também!”, escreveu Liliana Rodrigues. “Temos pessoas reclamando de senadores, vereadores, governadores, prefeitos e até mesmo de presidentes por serem corruptos, mas esquecemos de que nós mesmos fazemos parte desse esquema quando fazemos gato, subornamos policiais, furamos fila, estacionamentos em locais proibidos, o que não é difícil de ver.”
O primeiro e o segundo colocado receberam um tablet como prêmio. O concurso havia sido lançado pelo projeto ‘MPF vai às Escolas’ em setembro.
Durante palestra na unidade municipal, a Procuradoria explicou aos estudantes o que é e quais atos configuram o crime de corrupção, suas consequências, e apresentou casos, como a Operação Lava Jato.
O maior caso de investigação de corrupção no País investiga um esquema de propinas na Petrobrás.
Durante palestra na unidade municipal, a Procuradoria explicou aos estudantes o que é e quais atos configuram o crime de corrupção, suas consequências, e apresentou casos, como a Operação Lava Jato.
O maior caso de investigação de corrupção no País investiga um esquema de propinas na Petrobrás.
REFLEXO DA SOCIEDADE
A Lava Jato não foi citada nas três redações premiadas no concurso. Para a segunda Ruth Machado e a terceira Eviane de Amorim Souza, a corrupção é um problema profundo. Ruth Machado, de 14 anos, também do 9º ano, a corrupção é um tumor.
“O povo é tão culpado pela corrupção quanto os governantes, porque aqueles que estão no poder são apenas um reflexo da sociedade. As pessoas cobram honestidade, mas subornam a polícia, clamam por Justiça, entretanto se fazem de cegos, surdos e mudos, ignorando a corrupção”, disse Ruth Machado.
ANALFABETOS POLÍTICOS
A terceira colocada Eviane de Amorim Souza citou ‘analfabetos políticos’ e afirmou que tudo começa na escola. “Quanto mais contato nós temos com ela, menos tempo nós temos para presenciar maus exemplos e até o contato com o tráfico.”
As redações entregues à Procuradoria refletem a inquietações das três alunas com os rumos do País.
O Brasil de Liliana tem a desigualdade social como um dos principais problemas e como consequência da corrupção. “Não temos: saúde, segurança e educação adequada.”
Mas tem jeito. “Precisamos de politicos de verdade, que façam a diferença, que tenham força de vontade de mudar o País, mas temos também deveres: pesquisar, analisar e conhecer são alguns hábitos que precisamos ter antes de votar. E você? O que faz para mudar o nosso País?”
O Brasil de Liliana tem a desigualdade social como um dos principais problemas e como consequência da corrupção. “Não temos: saúde, segurança e educação adequada.”
Mas tem jeito. “Precisamos de politicos de verdade, que façam a diferença, que tenham força de vontade de mudar o País, mas temos também deveres: pesquisar, analisar e conhecer são alguns hábitos que precisamos ter antes de votar. E você? O que faz para mudar o nosso País?”
28 de dezembro de 2015
Julia Affonso e Ricardo BrandtEstadão
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