"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 4 de outubro de 2015

REFORMA DESEDUCADORA E IMPEACHMENT



Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff prometeu transformar o Brasil em uma “pátria educadora”. Nove meses depois, ela dá uma aula de deseducação política ao rifar mais um ministro do setor para atender à pressão de aliados.
Na montagem do novo governo, Dilma entregou o MEC ao ex-governador cearense Cid Gomes para garantir o apoio de 12 deputados do Pros. O arranjo não durou cem dias. Cid entrou em confronto aberto com o PMDB e caiu após chamar o presidente da Câmara, o pentadenunciado Eduardo Cunha, de “achacador”.
Para substituí-lo, a presidente nomeou o filósofo Renato Janine Ribeiro. A escolha foi comemorada como um raro acerto de seu segundo mandato. Em uma Esplanada loteada entre políticos de nove partidos diferentes, Dilma escalava um acadêmico respeitado para comandar o MEC.
FELIZ NOVIDADE”
“Renato Janine Ribeiro é uma feliz novidade: um ministro educador para uma pátria educadora”, discursou a presidente, ao empossar o professor. “Sua escolha traduz em simbolismo a minha maior prioridade para esses próximos quatro anos.”
A diferença entre discurso e ação foi de três anos e meio. Dias antes de completar os primeiros seis meses no cargo, Janine Ribeiro recebeu a notícia de que estava demitido.
A dispensa não tem qualquer relação com a situação das escolas brasileiras ou a gestão do ministro. Ele sai para dar espaço ao petista Aloizio Mercadante, deslocado da Casa Civil por pressões do PMDB e do PT.
Na reforma deseducadora de Dilma, fica claro que a presidente não está minimamente interessada no desempenho dos auxiliares. Para ficar no ministério, o que importa é garantir votos contra o impeachment.
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PS –
 Do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), sobre a multiplicação de candidatos a ministro na Câmara: “Se você for até o fundo do plenário e gritar ‘ministro!’, metade da bancada do PMDB vira para trás…”


04 de outubro de 2015
Bernardo Mello Franco
Folha

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