O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou na manhã desta segunda-feira (26), em seu apartamento em São Bernardo do Campo (SP), os desdobramentos da Operação Zelotes e, segundo relatos de aliados, reagiu com indignação à busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a seu filho Luís Claudio Lula da Silva.
A avaliação de aliados do petista é de que o episódio se trata de uma nova tentativa de enfraquecê-lo politicamente e demonstra que tem faltado pulso firme do Ministério da Justiça no comando da Polícia Federal.
Para pessoas próximas ao petista, causa estranheza o fato da Polícia Federal não ter feito busca e apreensão a escritórios de grandes empresas que estão no foco da Operação Zelotes, como Gerdau e Marcopolo, mas ter realizado no da empresa do filho do ex-presidente.
Na nova fase da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), a Polícia Federal prendeu Mauro Marcondes, sócio da Marcondes e Mautoni (M&M). O escritório teve relações com Luis Cláudio. Em 2014, contratou a LFT Marketing Esportivo, por R$ 2,4 milhões.
NADA A DECLARAR
O ex-presidente não deve, pelo menos por enquanto, pronunciar-se publicamente. Ele tem dito que ainda não tem elementos para uma manifestação sobre o episódio. O posicionamento público ficou a cargo dos advogados do filho de Lula.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o empresário, pediu à Justiça Federal e à Polícia Federal acesso a todo o material usado para justificar a medida.
Ele disse que a falta de acesso aos autos “impede que a defesa possa exercer o contraditório e tomar outras medidas cabíveis”.
No início da tarde desta segunda-feira, o ex-presidente se deslocou para o Instituto Lula, escritório onde despacha em São Paulo.
26 de outubro de 2015
Cátia Seabra e Gustavo UribeFolha
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