"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 11 de outubro de 2015

COMO FICARÁ O PAÍS SEM DILMA E SEM CUNHA?




Metade da Câmara quer o impeachment da presidente Dilma. A outra metade deseja a cassação de Eduardo Cunha. Engalfinham-se os deputados, sem perceber que o povão tem outras preocupações: o desemprego em massa, o aumento do custo de vida, o congelamento e até a redução dos salários, a alta dos impostos e taxas de serviços essenciais, a péssima qualidade da saúde e da educação públicas e a violência urbana.

A falta de sintonia entre eleitos e eleitores acentua-se cada vez mais, como se vivessem em dois mundos distintos. Não vai dar certo, ainda que tanto Dilma quanto Cunha possam ser objeto da frustração e da indignação geral. Falta um roteiro, um plano e um esforço para enfrentar as carências generalizadas, mas nem o governo nem o Congresso parecem preocupar-se. 

Madame e o deputado querem preservar os respectivos mandatos, como se suas obrigações se esgotassem nesse objetivo.

Vale indagar como ficaria o país sem Dilma e sem Cunha. Mudaria o quê, caso ambos fossem postos para fora? Nada. A população talvez vivesse dez minutos de euforia, comemorando as duas ausências, mas logo voltaria a sofrer as mesmas agruras. 

O grave na conjuntura atual é a inexistência de alternativas. Executivo e Legislativo comportam-se como se não lhes coubesse enfrentar a desagregação nacional. Desconhecem a falência do Estado, hoje posto em frangalhos.

Já se escreveu muito sobre a rebelião das massas, sonho de alguns poetas. Elas poderão ganhar as ruas por pouco tempo, mas logo terão que ir para casa. 
Em suma, só um programa capaz de enfrentar um por um os obstáculos que nos assolam substituiria com extrema vantagem a presença de Dilma e Cunha. 

O diabo é que inexistem partidos, corporações, associações e centrais sindicais cuidando disso. Sendo assim, não vai adiantar nada trocar seis por meia dúzia, ainda que mudanças assim sirvam ao menos para melhorar o humor…

11 de outubro de 2015
Carlos Chagas


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