"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

REUNIÃO DE ABOBRINHAS



Muita conversa e nada decidido na reunião com ministros
Madame continua indefinida, apesar de haver assumindo a coordenação política do governo, em parceria com Michel Temer, certamente como resposta ao inusitado comentário do vice-presidente sobre o país necessitar de alguém que reúna todas as forças vivas nacionais. Porque foi anunciada para o último domingo uma reunião com poucos ministros, cinco ou seis, daqueles que cuidam de política. Na hora do encontro, estavam presentes treze ministros. Como são 39, a conclusão é pela existência de 26 de segunda classe, deixados de banda.
Mesmo assim, a presidente anunciou que não pretende atender os clamores gerais de promover profunda reforma em sua equipe. Estão todos prestigiados, ainda que de mentirinha. Outra de suas iniciativas foi de dialogar amplamente com as forças sociais, sugestão do Lula. O problema é que MST, UNE, CUT e montes de outras entidades criadas ao redor do PT não precisam de diálogo com o governo. Já estão com ele e não constituem partidos políticos, ou seja, dispõem no máximo de simpatizantes na Câmara e no Senado.
O verdadeiro diálogo de Dilma tem que ser com os partidos. Justiça se faça, ela também anunciou que procurará os presidentes das legendas que apoiam o governo ou se dizem “independentes”. Tudo da esfrangalhada base oficial, pois não se imaginam convites a Aécio Neves e penduricalhos.
Em suma, da reunião de anteontem no palácio da Alvorada, só abobrinhas. Nenhum ministro teve coragem de colocar o guiso no gato, ou seja, de alinhar críticas à comandante do batalhão, como costumam fazer quando ausentes. Também, seria perigoso, pois a postura dela continuou a mesma: nada de humildade, muita arrogância. Também, reunião política com mais de três, senão vira comício, redunda em nada…
A SOMBRA DA GUILHOTINA
Tudo indica que o Procurador Geral, Rodrigo Janot, já tem pronta a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O pedido deve chegar nos próximos dias ao relator do Lava-Jato, ministro Teori Zavascki. A ele caberá decidir sobre o futuro do deputado, mas tudo indica que vai demorar para aceitar ou rejeitar a denúncia. Sendo assim, a presidente Dilma ainda enfrentará longas semanas na alça de mira do adversário.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA
De quando em quando, há alguns anos, algum amigo telefona perguntando ter sido de minha autoria um artigo intitulado “o custo dos generais presidentes”, onde lê que de Castello Branco a Costa Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, a honestidade financeira pessoal foi uma constante. Isso apesar dos excessos e horrores verificados nos seus períodos de governo em termos de política, direitos humanos, mudança nas regras do jogo e outros horrores.
Pois esse artigo vem sendo espalhado por muitos e-mails, mas acrescido da segunda parte de um texto que não escrevi, mas apresentado como se fosse, desancando com os presidentes civis que sucederam os militares. Pode até haver razão em certos parágrafos falando do uso de dinheiros públicos, enriquecimento meteórico e amizades estranhas.
É preciso ressaltar: minhas críticas aos governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma sempre foram contundentes, mas nada tem a ver com as distribuídas por esse bando de insanos que sonham com a volta ao passado.

13 de agosto de 2015
Carlos Chagas

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