O que deve fazer um motorista de táxi, que paga diárias escorchantes e enfrenta jornadas exaustivas e arriscadas para ganhar uma mixaria, muito menos do que embolsa, sem sair de casa, o dono do carro e da “autonomia”?
Ir trabalhar no Uber.
O Rio de Janeiro tem 33 mil licenças oficiais para táxis. Ninguém sabe como e com quais critérios esses “cartórios sobre rodas” foram distribuídos. Só se sabe que custam caro, que valem muito (como valiam as linhas telefônicas antes da privatização), que servem para explorar motoristas, e que muitas estão nas mãos de poucos. Dizem que há políticos que têm centenas de autonomias, compram carros com juros subsidiados e isenções fiscais e o pagam com o suor do motorista que paga as diárias, funcionando como uma verdadeira “máfia amarela”.
Para que serve a “autonomia”? Paradoxalmente, para ser controlado, com a prefeitura mordendo taxas sobre uma atividade privada que diz respeito somente aos consumidores e prestadores do serviço. Ao contrário dos ônibus e metrôs, ninguém é obrigado a pegar táxi.
Autonomia quem tem são os motoristas do Uber.
Não tenho carro e sou grande usuário de táxis, conheço os melhores e os piores, tenho amigos taxistas. Sinto pena dos que são explorados pelos donos das frotas, agradeço e gratifico bons serviços, mas algumas vezes já pedi que o motorista parasse na próxima esquina, paguei e peguei outro táxi, para não brigar com um boçal que dirige uma lata velha como um louco, com o rádio alto, fedendo a suor e me tratando como as negas dele.
Esse cara nunca estaria no Uber.
No Uber, eles sabem quem está no carro de quem, onde, e quanto pagou. Não precisam de fiscalização, de subornar fiscais, são as avaliações dos consumidores que importam, porque eles são os maiores interessados em saber como os motoristas trabalham. Senão acabam.
Os amarelinhos são úteis nos aeroportos, estações, terminais, e pelas ruas, mas quem quiser usar o Uber que use. A prefeitura deveria acabar com as “autonomias” e financiar carros (pretos) com juros subsidiados para autônomos trabalharem no Uber, pagando impostos como todo mundo.
01 de agosto de 2015
Nelson Motta
Ir trabalhar no Uber.
O Rio de Janeiro tem 33 mil licenças oficiais para táxis. Ninguém sabe como e com quais critérios esses “cartórios sobre rodas” foram distribuídos. Só se sabe que custam caro, que valem muito (como valiam as linhas telefônicas antes da privatização), que servem para explorar motoristas, e que muitas estão nas mãos de poucos. Dizem que há políticos que têm centenas de autonomias, compram carros com juros subsidiados e isenções fiscais e o pagam com o suor do motorista que paga as diárias, funcionando como uma verdadeira “máfia amarela”.
Para que serve a “autonomia”? Paradoxalmente, para ser controlado, com a prefeitura mordendo taxas sobre uma atividade privada que diz respeito somente aos consumidores e prestadores do serviço. Ao contrário dos ônibus e metrôs, ninguém é obrigado a pegar táxi.
Autonomia quem tem são os motoristas do Uber.
Não tenho carro e sou grande usuário de táxis, conheço os melhores e os piores, tenho amigos taxistas. Sinto pena dos que são explorados pelos donos das frotas, agradeço e gratifico bons serviços, mas algumas vezes já pedi que o motorista parasse na próxima esquina, paguei e peguei outro táxi, para não brigar com um boçal que dirige uma lata velha como um louco, com o rádio alto, fedendo a suor e me tratando como as negas dele.
Esse cara nunca estaria no Uber.
No Uber, eles sabem quem está no carro de quem, onde, e quanto pagou. Não precisam de fiscalização, de subornar fiscais, são as avaliações dos consumidores que importam, porque eles são os maiores interessados em saber como os motoristas trabalham. Senão acabam.
Os amarelinhos são úteis nos aeroportos, estações, terminais, e pelas ruas, mas quem quiser usar o Uber que use. A prefeitura deveria acabar com as “autonomias” e financiar carros (pretos) com juros subsidiados para autônomos trabalharem no Uber, pagando impostos como todo mundo.
01 de agosto de 2015
Nelson Motta
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