Matéria da revista Época diz: “O presidente do PT, Rui Falcão, tenta mobilizar os partidos de esquerda do Uruguai, da Bolívia, do Chile, de Cuba (nesse caso, o partido é só um) e da Venezuela (é quase só um) contra as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eis o discurso de Falcão:
“A tese do impeachment não encontra respaldo nem jurídico nem político. Nunca é demais lembrar os golpes institucionais recentes no Paraguai e em Honduras. Fiquemos alertas, companheiros, pois o imperialismo tanto se vale da força bruta como recorre às instituições republicanas para depor governos populares”.
Essa conduta é mais uma evidência da completa perda de senso de realidade e ausência de referências morais que caracteriza o governo petista. Rui Falcão refere duas interferências absurdas do governo brasileiro em decisões constitucionais e autônomas de nações amigas. Em ambas – Honduras e Paraguai – o Brasil se postou ao lado dos companheiros que presidiam aqueles países e contra o povo e as instituições de um e de outro.
O governo brasileiro mostrou total dedicação às pessoas daqueles dois presidentes e nenhum apreço às respectivas nações.
Ao contrário, comportou-se como um país imperialista e intervencionista. Intrometeu-se com “cachorros pequenos”. Não faria o mesmo com “cachorros grandes”. E há um nome bem feio para isso.
Fosse apreço à democracia e seus valores, o comportamento do governo petista em relação aos governos da Venezuela e de Cuba seria bem outro.
Mas não pretendamos ensinar coerência a quem se atrapalha com decência.
05 de março de 2015
Percival Puggina
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