"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de março de 2015

LÍDER DO PT NA CÂMARA RECEBIA AS PROPINAS EM DINHEIRO



Vaccarezza recebia pessoalmente as propinas do doleiro



O doleiro Alberto Youssef afirmou que entregou de R$ 450 mil a R$ 600 mil ao ex-líder do governo na Câmara Cândido Vaccareza (PT-SP). A declaração faz parte do acordo de colaboração premiada que ele fechou com os investigadores da Operação Lava-Jato e foi gravada em vídeo em 11 de fevereiro, perante a delegada Érika Mialik Marena, os procuradores Andrey Borges e Bruno Calabrich e o promotor Wilton Queiroz, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

De acordo com ele, Vaccarezza recebeu dinheiro em espécie “três ou quatro vezes” a pedido do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Em cada operação, eram entregues R$ 150 mil.

Segundo o doleiro, em 2008, uma “Na verdade o Paulo Roberto pediu que eu entregasse um pouco mais e eu reduzi o valor”, afirmou. O ex-diretor de Abastecimento solicitou um repasse de algo em torno de R$ 300 mil a cada prestação. “Eu interferi dizendo que não tinha caixa para tanto e reduzi os valores.”

“TEM QUE AJUDAR”

O doleiro não soube precisar a data das entregas de dinheiro, dizendo que foi apenas depois da morte de José Janene, entre 2010 e 2012. O dinheiro deveria sair do caixa do Partido Progressista na Petrobras, apesar de Vaccarezza ser petista. Youssef questionou mas Paulo Roberto teria dito assim: “Não tem como, tem que ajudar”.

No termo de colaboração 28, Paulo Roberto Costa disse à PF e ao Ministério Público que conheceu Vacarezza em 2008, na casa do empresário e lobista Jorge Luz, no Rio de Janeiro. Ali, ele foi apresentado à empresa Sargent Marine, que vendia asfalto. Após interferência de Paulo Roberto, a firma foi convidada a participar de uma licitação e acabou fornecendo o produto para a Petrobras. Como era ano de eleição, se asfaltava bastante.

Nesse negócio, Paulo Roberto recebeu propina de US$ 800 mil dólares, pagos no banco Lombard Odier, na Suíça, em nome de seu genro Humberto Mesquita. Segundo o ex-diretor, Jorge Luz repassou R$ 400 mil de comissão para Vaccarezza.

VACAREZZA TENTA SE DEFENDER

Quando passou a ser investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado rebateu as acusações. “Eu sou inocente e vou provar minha inocência. Não existe nenhuma prova contra mim”, disse ele no twitter.

Em um vídeo no youtube, de 8 de março, ele se referiu apenas às declarações de Paulo Roberto Costyaa e disse que nenhum delator o acusou diretamente. “Você nunca leu que algum depoente disse que me deu dinheiro, que levei empresa pra Petrobras ou que eu participei de ações fraudulenta”, disse ele. Vaccarezza disse que as acusações seriam derrubadas e ele provaria sua inocência.
18 de março de 2015
Eduardo Militão
Correio Braziliense

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