"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 21 de dezembro de 2014

TENTANDO COLOCAR ORDEM NESSE CIPOAL DE CONFUSÃO

 
 
Pela acurada análise que Olavo de Carvalho formula em seu artigo no Diário do Comércio, decidi publicá-lo também aqui no blog. O título original do escrito de Olavo é “Três notinhas da semana” separadas apenas por asterisco. No entanto aqui no blog dei uma turbinada criando subtítulos de forma a destacar os três assuntos. A argumentação de Olavo de Carvalho é fulminante indo muito além das versões e opiniões formuladas pela grande mídia. Leiam:
 
FORO DE SP TEM PATRONO BILIONÁRIO
Se abrir relações diplomáticas e comerciais com uma ditadura comunista pudesse fomentar a liberdade, a China seria hoje uma democracia. Obama repete o erro criminoso de Richard Nixon, adquirindo para os EUA "o melhor inimigo que o dinheiro pode comprar".
Em poucos anos, Cuba será uma potência econômica e militar invejável, sem democratizar-se no mais mínimo que seja – excetuada, é claro, a hipótese de uma revolução popular, que é exatamente o que o governo americano tenta evitar mediante a tábua de salvação atirada in extremis a uma ditadura moribunda.
Além do Brasil e das Farc, o Foro de São Paulo terá agora mais um patrono bilionário: os EUA, por intermediação de Cuba.
 
Os políticos conservadores e os refugiados cubanos em Miami podem se esforçar para dar outro rumo ao encadeamento das causas e efeitos, mas isso será como colocar rédeas num dragão.
 
Ao apoiar a iniciativa do governo Obama, o Papa Francisco prova mais uma vez sua completa falta de discernimento político.
 
MACHOS, FÊMEAS & TARADOS IDEOLÓGICOS
Um dos dogmas mais básicos – e mais psicóticos – da mentalidade revolucionária nas últimas quatro ou cinco décadas é que não existe “natureza humana”: o bicho-homem não tem instintos, não tem programação genética, é uma folha em branco, uma tábua rasa: tudo o que ele faz e pensa é imposto por “estereótipos culturais”. Estes, por sua vez, não surgem da experiência acumulada das gerações, mas são “instrumentos de dominação” criados pela maldita classe dominante.
 
Se você acredita que é macho só porque nasceu macho, ou fêmea só porque nasceu fêmea, está muito enganado(a). Foi o “aparato de reprodução da ideologia burguesa” que vestiu em você esses modelitos odiosos para que você não percebesse que seu pênis pode ser um sinal de feminilidade e sua vagina uma prova de macheza acima de qualquer suspeita.
 
Nem precisa perguntar: Sim, a ciência já demonstrou que isso é uma fraude das grossas. E sim, os mesmos que brandem a teoria da “tábua rasa” contra os papéis tradicionais de homem e mulher saem gritando, cinco minutos depois, que o homossexualismo é genético e que tentar mudar um homossexual é crime. Isto é: você não nasce homem nem mulher, mas nasce homossexual. Perguntar como você pode sentir atração por pessoas “do mesmo sexo” sem ter sexo nenhum é homofobia.
 
Há ainda aqueles que exigem acesso aos banheiros femininos para os transexuais e ao mesmo tempo berram que “é preciso acabar com os estereótipos de macho e fêmea”. Mas o que faz de um transexual um transexual senão o fato de que, nascido num sexo, ele copia os estereótipos do outro? E é preciso ser cego para não notar que a conduta feminina de um transexual é ainda mais estereotipada que a das mulheres.
 
Um documentário recente (https://www.youtube.com/watch?v=p5LRdW8xw70) mostrou que na Noruega, o país onde a legislação é a mais igualitária do mundo para homens e mulheres, as pessoas continuam a buscar as profissões que correspondem ao “estereótipo” do seu sexo, com freqüência estatística até maior do que o faziam antes de oficializado o discurso equalizante.
Os fanáticos da “tábua rasa” dizem que elas fazem isso por pressão da sociedade, mas elas insistem que não: as mulheres escolhem cuidar de bebês, e não de automóveis, porque querem e não porque mamãe mandou. Mas os iluminados acreditam que essas pessoas não têm autoridade para dizer o que querem: quem tem são eles.
 
É essa a mentalidade por trás de milhares de leis psicóticas com que cérebros lesados impõem a sua deformidade à população, proibindo a saúde mental como se fosse um crime.
 
REINALDO AZEVEDO & JAIR BOLSONARO
 
Está aberta a temporada de caça ao deputado Jair Bolsonaro. Na verdade, sempre esteve, não sendo essa portanto a razão pela qual volto ao assunto. A razão é que agora os tiros vêm da mais inesperada das direções: a coluna do Reinaldo Azevedo. E vêm com aquela persistência inflexível do atirador que não aceita como troféu senão a completa destruição do alvo ou, na mais branda das hipóteses, a sua definitiva humilhação pública.

 Numa de suas últimas postagens, o colunista da Veja firmou sua posição: ou o sr. Bolsonaro pede desculpas à sua colega Maria do Rosário, ou merece ter seu mandato cassado. Cassar o mandato de Maria do Rosário? Nem pensar.
 
Já disse, e reafirmo, que sou amigo do Reinaldo Azevedo e não deixarei de sê-lo por causa de uma opinião errada, depois de tantas certas e valiosas que ele já publicou. Mas esta de agora é tão errada, tão absurda, tão indefensável, que eu falharia ao meu dever de amizade se não alertasse o colunista para a injustiça que comete e o vexame a que se expõe.
 
Que a resposta do sr. Bolsonaro à sra. Maria do Rosário foi "uma boçalidade", como a qualifica Reinaldo Azevedo, é certo e ninguém duvida. Mas o sr. Bolsonaro a pronunciou em resposta, não a "outra boçalidade", como pretende Azevedo, e sim a uma falsa imputação de crime, que é por sua vez um crime. Reinaldo Azevedo exige que a boçalidade seja punida e o crime fique impune.
Como todo debatedor teimoso que se empenha na defesa do indefensável, Reinaldo se vê forçado a apelar a expedientes argumentativos notavelmente capciosos que, em situações normais, ele desprezaria.
 
Um deles é proclamar que a resposta do sr. Bolsonaro a Maria do Rosário transforma o estupro em uma “questão de mérito”. Quer dizer, pergunta Reinaldo, que, se Maria do Rosário merecesse, Bolsonaro a estupraria? Isso é deformar as palavras do acusado para lhe imputar uma intenção criminosa. Na verdade, Bolsonaro disse: “Se eu fosse um estuprador...”
O restante da frase, portanto, baseia-se na premissa de que ele não o é, e só pode ser compreendido assim. Reinaldo parte da premissa inversa para dar a impressão de que o deputado fez a apologia do estupro. Com isso, ele endossa o insulto lançado pela deputada Maria do Rosário e usa essa premissa caluniosa como prova de si mesma. Raciocinar tão mal não é hábito de Reinaldo Azevedo, mas, como se sabe, o ódio político move montanhas: montanhas de neurônios para o lixo.
 
Pior ainda: tendo recebido centenas de objeções sensatas e racionais na área de comentários do seu artigo – inclusive as minhas --, ele não responde a nenhuma, mas tenta dar a impressão de que toda a oposição à sua versão dos fatos vem de “seguidores de Bolsonaro”, exemplificados tipicamente nos signatários de uma petição raivosa que exige a demissão do colunista de Veja.
 
Fui ver a petição, e sabem quantos signatários tinha? Sete e não mais de sete (talvez agora tenha oito ou nove). Ao fazer desses sete os representantes da maioria que não pedia cabeça nenhuma, Reinaldo procedeu exatamente como os repórteres pró-petistas que, na massa de dezenas de milhares de manifestantes anti-Dilma, pinçaram cinco ou seis gatos pingados adeptos da “intervenção militar” para criar a impressão de que a manifestação era essencialmente golpista.

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