"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

POPULISMO AUTORITÁRIO: PROJETO DE TRANSFORMAR BRASIL EM VENEZUELA SEGUE CURSO

 

Com a vitória apertada de Dilma, sob suspeita de fraude nas urnas eletrônicas, segue em curso no Brasil o projeto bolivariano tocado pelo PT de nos transformar na próxima Venezuela. Ainda há, pasmem!, aqueles que se negam a enxergar isso. Acusam quem o diz de paranoico, reacionário, golpista ou algo do tipo. E, claro, atiram no mensageiro, especialmente a revista Veja.
 
Mas Veja não faz nada além de manter sua independência do governo e praticar jornalismo sério. A edição que chegou às bancas este fim de semana é prova disso. A começar pela entrevista nas páginas amarelas, com o proprietário do último jornal independente venezuelano. O que ele diz – e atenção: é ele quem diz, não a Veja – deveria ser levado muito a sério por todos que têm apreço pela democracia e liberdade de imprensa. Por exemplo, logo na primeira pergunta:
 
Veja 01
 
O leitor pode ser daqueles que automaticamente repete que o PT olha mais para os pobres, que os “neoliberais” são insensíveis, que milhões saíram da miséria graças aos programas assistencialistas do governo. Mas com um pingo de reflexão, tenho certeza de que mesmo essas pessoas saberão, no fundo, que da forma pela qual foi estruturado, o Bolsa Família tem mantido os pobres na pobreza, e pelo terrorismo eleitoral feito pelo PT, representam o novo voto de cabresto.
 
Foi assim, com base nesse populismo autoritário, que o chavismo avançou na Venezuela, e o bolivarianismo em outros países latino-americanos. Como a imprensa independente aponta os fatos incômodos, investiga e joga luz sobre os podres do governo, costuma ser o primeiro alvo dos populistas autoritários. A máquina de difamação para desqualificar esses veículos da imprensa é colocada em uso, como diz Miguel Henrique Otero:
 
Veja02
 
Essa tática precisa ser compreendida pelo leigo: o governo tenta intimidar os jornalistas independentes de forma a obter seu silêncio e ficar com o caminho livre, com uma imprensa dominada apenas pelo “jornalista” chapa-branca. Tipo aqueles que aparecem até em lista de doleiro do próprio PT. Os que ousam manter sua independência, que se recusam a ser “neutralizados”, sofrem perseguição. E o mesmo ocorre com políticos de oposição:
 
Veja03
 
Além de jornalistas e políticos de oposição, juízes que preservam sua autonomia precisam ser destruídos também, calados, afastados. A reportagem de capa da Veja mostra justamente como Sergio Moro, magistrado responsável pelo escândalo do Petrolão, tem sido alvo de manobras do governo para ficar longe do processo que pode fazer o mensalão parecer pequeno.
Segue um trecho:
 
Veja04
 
Existem outras táticas, como tentar jogar o caso para o Rio e neutralizar o trabalho da Polícia Federal até aqui. É importante ter em mente que os envolvidos, principalmente os do PT, farão de tudo para não deixar que esse escândalo termine como o mensalão, e que aquele seja realmente um “ponto fora da curva” em nossa história de impunidade.
Uma vez mais, a estratégia utilizada pelos corruptos tem sido a de atacar o mensageiro, para não ter que rebater a mensagem:
 
Veja05
 
Mas se o PT continua tentando impor uma agenda bolivariana em nosso país, parece que finalmente a oposição está mais acordada. Declarações como a de Aloysio Nunes, de que não haverá trégua, apontam nessa direção. Na Veja desta semana há também uma entrevista com Aécio Neves, que reforça a mensagem:
 
Veja06
 
“O Brasil perdeu o medo do PT”, disse o candidato tucano derrotado. É verdade, e isso representa uma mudança muito importante. Mas não ter medo não é o mesmo que negligenciar a ameaça. Na verdade, devemos enfrentar o PT com coragem, mas com a clara convicção de que estamos lidando com uma turma capaz de tudo pelo poder, que ignora os preceitos éticos e o próprio jogo democrático nesse objetivo.
 
É fundamental compreender o que o PT deseja e quais métodos está disposto a usar, para não ser pego de surpresa. O projeto petista é o populismo autoritário, de preferência totalitário, como vem sendo implementado na Venezuela, Argentina, Nicarágua, Equador e Bolívia. Quem ainda não se deu conta disso precisa abrir os olhos, vencer a alienação, não cair no jogo sujo deles. Escutem o que o próprio ditador Maduro disse, felicitando a importante vitória de Dilma para a revolução “progressista” no continente:
Infelizmente, noto que muitas pessoas boas, mas alienadas, já repetem como um autômato que não confiam na Veja, pois é “partidária” e tudo mais. Como diz a Carta ao Leitor desta edição, o partido da revista é o Brasil, a verdade. Só que isso costuma incomodar bastante quem está no poder, especialmente se for um grupo corrupto e autoritário ao extremo.
 
A tática petista será desqualificar não só o jornalismo independente, como também todo aquele que votou na oposição. Somos a “elite branca”, os “ricos insensíveis”. O Brasil tem 51 milhões de ricos? Seria tão fantástico quanto acreditar que temos 54 milhões de miseráveis famintos, os dependentes do Bolsa Família. Claro que não é nada disso, mas é assim que o PT apela ao populismo autoritário. Como conclui J.R. Guzzo em sua coluna da Veja desta semana:
 
Veja07
 
Sim, estamos com a consciência tranquila, ao contrário daqueles que deram seu voto a Dilma e contribuíram com esse projeto autoritário e corrupto de poder. Mas não vamos relaxar. Não vamos cochilar. Vamos, ao contrário, reagir, lutar, defender nossa democracia, cobrar investigações e punições aos crimes de corrupção, independência de poderes, liberdade da imprensa. Os bolivarianos não vencerão!
 
04 de novembro de 2014
Rodrigo Constantino

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