"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

GOVERNADOR COMUNISTA QUER REVOLUÇÃO CAPITALISTA.

Ou: Operação violino. Ou ainda: O país da piada pronta



Dizem que o Brasil é o país em que o traficante cheira, o cafetão tem ciúmes e a prostituta tem orgasmos. Acrescentaria mais essa agora: e o comunista quer um choque de capitalismo.
Flávio Dino, eleito para governar o Maranhão após derrotar o clã Sarney, pretende adotar uma gestão capitalista que fomente a iniciativa privada no estado, que é um dos mais pobres do país após décadas de coronelismo.
 
Em entrevista à Folha, Dino, que teve o apoio dos tucanos e a oposição do PT, quer seguir a linha de Deng Xioping, o chinês pragmático que fez importantes reformas liberalizantes em seu país, também controlado por comunistas.
Seu desafio é liderar uma “revolução democrática burguesa”, o que é mesmo revolucionário em um país cujo governo “progressista” é o mais reacionário de todos.
 
“Garantir o cumprimento da lei, dos contratos, incentivar os investidores privados, novas formas de organização do Estado que contemplem a participação popular, mas que permitam também de outro lado o desenvolvimento daqueles que querem empreender, querem investir”, diz o “Deng Xioping do Maranhão”. O líder chinês adotou a máxima pragmática de que não importa a cor do gato, desde que ele pegue o rato.
 
Para o governador eleito, as administrações das últimas décadas no Maranhão tiveram “medo do capitalismo” porque haveria nesse sistema a “concorrência, o livre mercado, o fim a privilégios”. Por que, então, não mudar o nome do partido? Porque é “bonito”, diz o governador eleito. Ou seja, fica declarada a operação violino: pegar o governo com a mão esquerda e tocá-lo com a direita.
Aguardemos.
O Brasil é realmente sui generis. O país da piada pronta, em que comunistas querem dar um choque de capitalismo e têm como oposição os socialistas do PT aliados dos coronelistas tradicionalmente associados à direita. É o samba do crioulo doido mesmo…

04 de novembro de 2014
Rodrigo Constantino

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