"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 9 de agosto de 2014

IBOPE NA FOLHA TEM INTERPRETAÇÕES DIVERGENTES EM SÃO PAULO E MINAS GERAIS

      

A Folha de São Paulo publicou na edição de sexta-feira, primeiro de agosto, matéria assinada por Fernando Canzian sobre pesquisa do Ibope sobre a sucessão presidencial em quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco. O texto inclui a interpretação de que, à luz dos números, ficam evidenciadas as dificuldades de Dilma Rousseff em São Paulo e Minas Gerais. Dificuldades existem para todos os candidatos nesta ou naquela região. Em Minas as dificuldades que a presidente encontra têm base nos índices do Ibope. Em São Paulo, não.
Em Minas, o Ibope aponta 41 pontos para Aécio neves, 31% para Dilma. Diferença bastante ampla no segundo maior colégio eleitoral do país. Mas o mesmo não acontece em São Paulo. Pois em São Paulo, Dilma Rousseff, de acordo com o próprio Ibope, lidera com a parcela de 30%, contra 25 pontos de Aécio neves. Para manter lógico o raciocínio que levou à interpretação, o Ibope, autor do levantamento, ou o responsável pelo texto, deveriam acentuar que, no caso paulista, a dificuldade cabe ao senador Aécio Neves.
Sobretudo levando-se em conta que, no estado, o governador Geraldo Alckmim, do PSDB, mesmo partido de Aécio, lidera amplamente a pesquisa para o governo estadual. Fosse hoje a eleição, estaria reeleito com nada menos de 54 pontos. O candidato do PT, ex-ministro Padilha, aparece na pesquisa com apenas 5%, ou 4%, das intenções de voto. Observando-se a força de Alckmim em contraste com a fraqueza de Padilha, conclui-se que parte expressiva dos que votam no atual governador estão dispostos a votar simultaneamente em Dilma Rousseff. Pois se assim não fosse, ela não poderia atinge a escala de 30%, segundo o próprio Ibope. A dificuldade em São Paulo, portanto,  é de Aécio, que não está conseguindo atrair para si os eleitores de Alckmim.
No Rio de Janeiro, informa o Ibope, a atual presidente lidera com 35% sobre 15 pontos de Aécio. Em Pernambuco, para completar o quadro publicado pela Folha de São Paulo, Dilma alcança 41 pontos, aparecendo em segundo, não Aécio, mas o ex-governador Eduardo campos com 37%. Aécio Neves atinge apenas 6 degraus. Este quadro comprova que Aécio e Campos estão disputando em partes desiguais as correntes que se opõe à reeleição de Aécio, entretanto, é muito melhor que a de Eduardo Campos. Se houver segundo turno, será entre Dilma e o ex-governador de Minas Gerais.
AS DIFICULDADES DE CAMPOS
Mas já que focalizamos as dificuldades de Dilma e Aécio em Minas e São Paulo, os dois polos colocados pelo Ibope para efeito de análise, devemos destacar as dificuldades, estas sim, infinitamente maiores, que envolvem a caminhada de Eduardo Campos para as urnas. Vamos ver: em São Paulo ele registra apenas  6%. No Rio de Janeiro 5%. Em Minas Gerais apresenta igualmente a mesma fação de 5 pontos. Só está bem em Pernambuco, estado do qual foi governador. E, mesmo assim, encontra-se em segundo lugar com 37%. Dilma, como vimos, tem 41.
Portanto se aceitarmos a perspectiva de que, liderando com 30% em São Paulo, Dilma depara-se com dificuldades no estado, examinando-se os índices atribuídos em quase rodo o país a Eduardo campos, implicitamente chegaremos à conclusão que se trata de uma candidatura cercada por um mar de impossibilidades. Neste caso, sim, é válido o raciocínio. Quanto a Dilma e Aécio em Minas e São Paulo, a análise deve ser revista pelo Ibope.
 
07 de agosto de 2014
Cristovam Buarque

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