"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

OPOSIÇÃO INCOMPETENTE NÃO CONSEGUE DESVENDAR O MAIOR SEGREDO DA PETROBRAS.

       Afinal, quantos barris Pasadena refina por dia?   


Já está ficando monótono. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já depôs quatro vezes no Congresso; o ex-diretor da Área Internacional, Nestor Cerveró, também já apresentou seu show aos parlamentares em várias ocasiões; o ex-diretor do Abastecimento (leia-se: Refino), Paulo Roberto Costa, já esteve duas vezes falando ao Legislativo; e o ex-presidente Sérgio Gabrielli, também, mas nenhum deles revelou o segredo mais bem guardado da Petrobras.

Trabalhei durante dois anos na Área do Abastecimento, que chamamos de Abast, fiz muitos amigos lá. Antes da compra de Pasadena, havia transparência nas informações, qualquer funcionário poderia saber quanto cada refinaria estava produzindo efetivamente.

Agora, não. A Petrobras passou a estar envolvida em segredos impenetráveis. Seu site não tem mais a necessária transparência. Os números são guardados a sete chaves, como se dizia antigamente, ou cercados pelos sete lados, como ainda se diz no linguajar do jogo-do-bicho.

NINGUÉM SABE INFORMAR

Perguntei a doze funcionários da Área do Abastecimento quanto produz por dia a refinaria de Pasadena. Nenhum deles soube informar, porque não se consegue acesso a esses números tenebrosos.

Esta semana, a presidente da estatal, Graça Foster (como prefere ser chamada), voltou a depor no Congresso e admitiu que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, não foi um bom negócio, mas veio novamente com aquela velha estória de que a proposta se mostrava boa no momento em que foi apresentada (2006), observados o mercado da época e as condições da economia mundial.
No entanto, segundo ela, após a crise de 2008, a situação mudou e o negócio deixou de ser vantajoso. “Olhando todo esse conjunto, a Petrobras considera que não foi um bom negócio com as condições atuais”, reiterou.

Mas novamente não disse (será que algum parlamentar perguntou?) quantos barris a refinaria processa por dia. E este é justamente o ponto principal da questão, a informação mais importante e decisiva.
Diante da passividade dos parlamentares, que parecem não saber a diferença entre capacidade nominal e capacidade real de refino, Graça Foster, Sergio Gabrielli, Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa afirmaram que Pasadena tem capacidade de Pasadena de processar 100 mil barris/dia.

Mas nenhum deles revelou quanto a unidade efetivamente está refinando. E nenhum parlamentar perguntou nada. Todos engoliram os tais de 100 mil barris (de capacidade nominal).

CAPACIDADE NOMINAL

Quando foi construída pela dinastia Rockefeller em 1934, a refinaria tinha realmente capacidade de processar 100 mil barris diários de óleo leve. Hoje, só Deus sabe quantos barris processa por dia, porque a Petrobras não quer divulgar mesmo.

Se Pasadena estivesse processando realmente 100 mil barris/dia, estaria dando um baita lucro à Petrobras, Graça Foster & Cia. Ltda. já teriam esfregado esses números nos narizes dos parlamentares da oposição e o assunto teria se esgotado, não haveria escândalo algum. E o ex-diretor Paulo Roberto Costa não teria declarado que, para comprar Pasadena, a Petrobras fez “contas de padaria”, sem conferir os números…

Os parlamentares têm poder para exigir essa informação sobre o total do refino, que matará a charada dessa grande negociata internacional.  E por que não o fazem? Ora, é só por incompetência, mesmo.Essa oposição é como o governo – não vale mesmo nada.

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