SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

O preço do poder

“Para o ano que vem os setores de Saúde e Educação aparecem com a maior escala de investimentos dos últimos tempos, pois são a prioridade”.

Miguel Correa, deputado federal pelo PT de Minas Gerais, explicando que foi uma simples coincidência o governo decidir aumentar os gastos com os programas Mais Médicos, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida justamente em ano eleitoral.

 

Transparência é isso

“A votação foi feita de forma correta”.

José Américo, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, ao defender a votação que ratificou o aumento do IPTU, aprovado numa sessão extraordinária realizada na calada da noite.

 

É, mas não é

“Quando o governo corta o pagamento de uma emenda, ele não compreende o prejuízo eleitoral que isso causa. Prejuízo tanto para o parlamentar quanto para o próprio governo. Aí você me pergunta se isso não é clientelismo. E eu respondo que não, porque quando as comunidades elegem seus representantes, elas esperam que suas deficiências imediatas possam ser solucionadas. Quem não conhece a dinâmica política pode achar esse vínculo descabido”.

Milton Monti, deputado da base alugada, setor PR, guichê de São Paulo, explicando que clientelismo não é clientelismo.

 

Sempre ele

“As instituições carcomidas, como o STF, querem acuar o PT e o movimento popular”.

Misa Boito, dirigente do PT paulista, reforçando a suspeita de que oito dos 11 ministros do STF nomeados por Lula ou Dilma Rousseff foram infiltrados na cúpula do Poder Judiciário por FHC.

 

Tudo pela pátria

“Nossa militância é madura o suficiente e faz aliança em todo o Brasil. Não há razão para ter desconforto com alianças”.

Ricardo Berzoini, deputado federal pelo PT de São Paulo, afirmando que todo petista deve orgulhar-se da parceria com voluntários da Pátria como José Sarney, Renan Calheiros, Paulo Maluf e Alfredo Nascimento, fora o resto.

 

Dupla do muquifo

“Chegamos à conclusão de uma coisa muito importante que aprendemos com o presidente Lula, que dizia o seguinte: não fui eleito para construir muquifo pra o povo brasileiro. Muquifo é algo ruim para o povo. Eu também não fui. Nós fomos eleitos para buscar para o povo brasileiro aquilo que há de melhor”.

Dilma Rousseff, durante discurseira na inauguração do Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo, revelando que, como a construção de milhões de muquifos demoraria alguns anos, Lula e ela resolveram ganhar tempo transformando o Brasil num muquifo só.

 

Doutor em escândalos

“Maior escândalo de quê? Eu já li que foi o maior escândalo político. Foi maior que a ditadura militar? Foi maior que o Estado Novo? Foi maior do que a escravidão? Foi maior do que deixar as mulheres sem votar até 1932? Foi maior do que deixar os analfabetos sem votar até 1989? Foi maior do que deixar o índice de analfabetismo que temos até hoje? Foi o maior escândalo político?”

João Paulo Cunha, deputado federal condenado a nove anos e quatro meses de cadeia no julgamento do mensalão, durante discurseira no 5° Congresso do PT, explicando que, comparado com a ditadura militar, o Estado Novo, a demora na concessão do direito de voto às mulheres e a imensidão de analfabetos, a roubalheira do mensalão foi apenas um escândalo protagonizado pela mais atrevida quadrilha cinco estrelas da história do Brasil.

 

Acusação gravíssima

“Esse país que a elite registrou, por intermédio da mídia, é o país do ponto de vista deles. Não é o país do povo”.

João Paulo Cunha, ainda deputado federal, condenado a nove anos e quatro meses de cadeia no julgamento do mensalão, durante a discurseira no 5° Congresso do PT, acusando o povo brasileiro de enxergar o país do ponto de vista dos ladrões.

 

Calendário 171

“Se a ditadura militar não calou o PT, ninguém vai calar”.

José Guimarães, deputado federal pelo PT do Ceará, irmão de José Genoino e chefe de José Adalberto Vieira da Silva, flagrado em 2005 com US$ 100 mil na cueca, nesta quinta-feira, na abertura do 5° Congresso do PT, ensinando que, embora tenha nascido em 1980, o partido foi o responsável pela revogação do AI-5 em 1978 e pela decretação da anistia de 1979, sem contar a derrubada do Estado Novo em 1945.

-Presidiário decepcionado

Presidiário decepcionado

“Não seria este o desfecho da vida pública que eu havia planejado”.

Pedro Henry, mensaleiro do PP de Mato Grosso condenado a 7 anos e 2 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, nesta sexta-feira, ao renunciar ao mandato na Câmara dos Deputados para assumir uma vaga na Papuda, sem revelar em qual cadeia havia planejado encerrar a vida pública.

17 de dezembro de 2013
in Augusto Nunes